segunda-feira, 17 de maio de 2010

Por que você não tem reajuste?

As pessoas se perguntam: por que a educação recebeu reajuste e o restante, não?
Eu não sei a resposta ... mas vou arriscar meus palpites. Alguns acham que o governo é bonzinho, ou que está preocupado com a educação. Bem, eu não acho. Primeiro, não existe governo bonzinho. Depois, a política educacional no município é tecnocrata a caminho da meritocracia. Estão preocupados em um número cada vez maior de relatórios preenchidos, papéis assinados e carimbados e punem os servidores que ficam doentes, perdem parentes ou têm filhos com perda de gratificação. Nada disso tem a ver com educação. Não. Se pudesse, Kassab economizaria mais com a Educação.
Para entendermos o porquê da negociação com a educação, devemos recapitular o passado recente. Em 2006, segundo ano de Serra na Prefeitura, durante a Campanha Salarial daquele ano, a educação fez uma greve de 17 dias. A greve organizada pelo SINPEEM, com apoio dos demais sindicatos se encerrou com a proposta do governo de dar gratificações mensais e abonos para os professores. As negociações que se deram na mesa da Gestão e na Câmara encerraram em gratificações de 250 a 450 Reais para professores, 600 para especialistas, de 150 Reais para Agentes de Apoio e Escolares e 250 Reais para Assistentes de nível médio. Os sindicatos queriam a incorporação em salários, o que o governo amarrou a uma reestruturação da carreira que só aconteceu no final de 2007. A incorporação das gratificações viraram 37,5% dividido em 20% em 2008, mais duas parcelas de 8,75% em 2009 e 2010 (reajuste sobre os padrões de 2008). Em troca, o governo realizou toda a negociação da nova carreira do magistério com a categoria desmobilizada, conseguindo aumentar a jornada básica dos professores e abrindo as portas para uma avaliação do professor, caminho já percorrido por Serra no Governo do Estado.
2010. Quatro anos depois. Outra vez, ano de eleições presidenciais. O último reajuste resultante das negociações de 2006 e a previsão de fim dos abonos complementares (piso do professor). A categoria estava inquieta esperando palavras de ordem. Se não me engano, bastaram dois atos e uma paralisação organizados pelo SINPEEM. Não sei dos bastidores, mas o governo apresentou as propostas na mesa. O principal: aumento de 11 a 25% dos abonos (complementares de pisos salariais) e incorporação dos abonos nos salários, com reajuste de 28,41% em 3 parcelas de 8,69% (2011,2012 e 2013). Há quem vá continuar achando que o Kassab é nosso amigo e que seja capaz de ouvir nossas razões. Eu continuo não acreditando. Enquanto estivermos fragmentados em diversas categorias, incapazes de unificação, seremos alvos do descaso. Salários baixos comidos por empréstimos e pela desvalorização. Ou seguimos os exemplos, ou seremos tratados da forma humilhante com que nos postam nossos patrões. A Campanha Salarial da educação chegou ao seu limite, a dos demais só começou. A escolha está na mesa. Dia 20 está aí. Cada um deve fazer sua reflexão.

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