quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Corte Internacional condena Lei da Anistia. É uma desmoralização!

Conversa Afiada

Grau: faltou alguém em Nuremberg

Saiu no R7:
A Corte Internacional da Organização dos Estados Americanos, a OEA, reunida na Costa Rica, desmoralizou o Brasil.
O Executivo, o Legislativo e o Judiciário brasileiros, de forma vergonhosa.
A Corte considerou que a Lei da Anistia brasileira é um obstáculo à apuração dos crimes de tortura, imprescritíveis segundo tratados internacionais que o próprio Brasil assinou e rasgou.
A Corte Internacional condenou o Brasil por “passar a mão na cabeça” dos responsáveis pelas 62 mortes ocorridas no Araguaia, durante o regime militar.
O Brasil não é obrigado a cumprir determinação nenhuma da Corte da OEA.

 

NAVALHA

Navalha

Foi nisso o que deu o Governo Lula mandar o Advogado Geral da União avisar ao Supremo que não queria mexer na Lei Infame, a Lei da Anistia.
Foi nisso o que deu o Governo Lula passar a mão na cabeça do Ministro Nelson Johnbim – quantos males ele causou ao Governo Lula, hein ? -, que vazou para a imprensa o projeto Conselho dos Direitos Humanos, para melhor detoná-lo ?
Foi no que deu o Ministro da Defesa do Governo Lula e Dilma defender com unhas e dentes a prescritibilidade dos crimes de tortura e a proteção aos torturadores do regime militar.
Foi no que deu o Supremo Tribunal Federal acompanhar – a maioria – o voto do relator Eros Grau, que entrará para a História da Justiça continental como o redator do mais bem articulado, o mais erudito dos (inúmeros) textos que defenderam torturadores.
Tortura a que ele ele próprio foi submetido.
Não deve haver na Argentina, no Chile, no Uruguai um voto que exiba metade do brilho do voto de Grau: jamais se defendeu torturadores de um regime militar com tanta inteligência – e desfacatez.
Nem em Nuremberg.
Nem na Inquisição.
Viva o Brasil !
Foi nisso o que deu o Legislativo brasileiro sentar-se em cima da covardia e não rever a Lei da Anistia.
Foi nisso o que deu o PiG (*), num regime quase-democratico, de absoluta liberdade de (donos da) imprensa, defender fervorosamente o perdão aos torturadores.
Quantos “juristas” de prateleira !
Quantos colonistas (**) a favor dos direitos humanos !
São os nossos heróis de Guantanamo !
O Brasil já tinha motivos para cobrir o rosto de matéria fecal: era o único país da Operação Condor que não puniu os torturadores.
Agora, mais ainda: pode nela lavar-se dos pes à cabeça.
E o Brasil quer sentar-se no Conselho da ONU.
O Brasil quer apresentar-se ao mundo como hóspede de uma Olimpíada.
Servir de intérprete dos interesses da América Latina no Grupo dos 20.
E defender o Assange !
Oh, hipocrisia !
Viva o Brasil !
O Conversa Afiada sugere que o professor Fábio Comparato – que persegue os torturadores nas barras dos tribunais – seja o candidato do Brasil ao Prêmio Nobel da Paz.
Antes que o PiG (*) eleja o Eros Grau o “homem do ano” da revista TIME.
Depois de uma página dupla de anúncio da Chevron.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

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