quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Qual é a cara do paulistano?

Kassab acha que temos cara de palhaço?

Em novembro eu publiquei aqui a postagem Kassab, Robin Hood às avessas onde eu relatava: “Mesmo com um orçamento com crescimento de 22% previsto para 2011, Kassab decidiu cortar gastos (valores absolutos) em gestão ambiental, agricultura e regiões mais pobres da cidade.
Não nos surpreende a opção de Kassab, enquanto prefeito pelo DEM e sucessor de Serra.  A cidade está mais rica e mais cortes estão previstos. A reportagem do Estadão.com revela que eles ocorrerão na área social e nas políticas públicas.  De todas as metas propostas para cumprir até o fim do mandato (2012), ele alterou 18, todas reduzidas. Mas agora ele substima a nossa inteligência com suas desculpas. Veja alguns cortes e as desculpas.
O reparo de calçados não diminuiu o número. Continua previsto o valor: 600 mil. O que mudou foi a unidade. Eram 600.000 metros de calçadas. Agora serão m² (metros quadrados). Segundo o Prefeito que nos toma por tolos, "essa unidade de medida é a mais adequada para aferir a execução da meta". Mais adequada para ele, pois essa mudança é o mesmo que reformar apenas um metro da largura dos 600 km de calçadas previsto anteriormente. Na porta de casa, a calçada tem pelo menos 2 metros de largura.
Redução de gastos nas áreas sociais é uma marca do seu governo. Por isso vai reduzir o atendimento a moradores de regiões vulneráveis. Redução de: 29%  dos beneficiados pelo programa de urbanização de favelas; 23% do programa de regularização fundiária; 25% de recuperação de cortiços; 20% das verbas voltadas moradores de loteamentos irregulares emananciais. Enquanto os prefeitos não forem responsabilizados judicialmente pelas tragédias como as ocorridas no RJ, esse tipo de postura não vai desaparecer da prática pública. Vejam as desculpas dessa vez. Segundo a Prefeitura, informa o Estadão, “foi ´superestimada´ a quantidade de famílias que necessitam de atendimento”. Portanto, podemos concluir, que ao cumprir a meta agora reduzida, em 2012 teremos todas as favelas urbanizadas, a regularização fundiária cumprida, todos os cortiços recuperados e não teremos mais moradores em loteamentos irregulares. Que maravilha, diria o palhaço paulistano!
Outras reduções confirmam para que Kassab veio. Dessa vez, não sabemos as justificativas. Podemos deduzir. Mais uma vez, Kassab faz opção pelo automóvel como meio de transporte reduzindo a previsão de corredores para motos (de oito para três) e de terminais urbanos. Quem mora em São Paulo sabe que Kassab reduziu o número de ônibus na cidade. Com relação à iluminação cumprirá apenas 40% do prometido. De 400 telecentros previstos, apenas 200 serão realizados. O Prefeito vai ainda reduzir a construção de teatros. A explicação deve estar na nova classe C que ampliou em 70% a compra de automóveis e nos 2,5 milhões de carteiras assinadas em 2010 no Brasil. Kassab conta com as conquistas de Lula. Agora, cada um que compre seu computador e espere o Plano Nacional de Banda Larga proposto pelo Ministro Paulo Bernardo como meta do Governo Dilma. A nova Classe C poderá ainda gastar sua renda maior com ingresso nos teatros já existentes. Quanto à população D e E, antes “superestimada”, pode deixar com Kassab. Mais 2 anos e estarão morando em favelas urbanizadas, cortiços reformados e fora de áreas irregulares. Viva São Paulo!

A reportagem do Estadão.com:

Kassab muda 18 metas. A maioria para baixo

Houve cortes principalmente na área social: famílias beneficiadas pelo programa de urbanização de favelas passaram de 120 mil para 85 mil

    Diego Zanchetta e Renato Machado - O Estado de S.Paulo

    O prefeito Gilberto Kassab (DEM) mudou 18 metas que deve concluir até o fim do mandato, no ano que vem. Nenhuma foi revisada para "mais", com inclusão de novas obras e serviços. A Agenda 2012 previa, por exemplo, construir oito motofaixas, instalar 40 mil pontos de luz e construir 400 telecentros. Agora, a administração prevê, respectivamente, três corredores para motos, 16 mil novos pontos de iluminação e 200 telecentros.

    O plano de metas foi o primeiro projeto da sociedade civil a virar lei. Os prefeitos precisam divulgar o plano de governo e cumpri-lo, sob risco de responder por improbidade administrativa. Modificações nas metas estão previstas. A primeira revisão foi aprovada pelo conselho das metas no fim de dezembro.

    Uma das áreas mais atingidas foi o atendimento a moradores de regiões vulneráveis. A atual gestão reduziu de 120 mil para 85 mil famílias (-29%) que serão beneficiadas pelo programa de urbanização de favelas. Também houve cortes nas famílias atendidas pelo programa de regularização fundiária (-23%), de recuperação de cortiços (-25%), ou moradores de loteamentos irregulares em mananciais (- 20%) .

    "Não há essa denominação nas metas, mas se deduz que sejam moradores de áreas de risco", diz o coordenador do Nossa São Paulo Maurício Broinizi, entidade autora do projeto de lei sobre o plano de metas.

    A Prefeitura afirma que não haverá nenhum risco para quem vive em área de risco com as reduções. Na justificativa, a Prefeitura informou que, na época da elaboração do programa, houve um problema de troca de informações entre as Secretarias de Habitação e Planejamento e, por isso, foi "superestimada" a quantidade de famílias que necessitam de atendimento. O município também afirma que algumas ações dependem de outros órgãos.

    Kassab também usou uma brecha para reduzir a extensão de calçadas que serão reformadas, de 600 quilômetros para 600 mil m² . "Essa unidade de medida é a mais adequada para aferir a execução da meta", justificou. Sobre as faixas para motos, que chegaram a ser classificadas como "sucesso", a atual gestão agora afirma que não atingiram o objetivo de reduzir os acidentes com motos e que é necessário um período de avaliação.

    Segundo a Prefeitura, a Agenda 2012 está com mais de 42% de média de eficiência e 88% das metas estão em andamento.

    REDUÇÕES

    Habitação
    Programa de urbanização de favelas, regularização fundiária, recuperação de cortiços e para moradores de loteamentos em mananciais

    Transportes
    Terminais urbanos e motofaixas

    Cultura
    Construção de novos teatros

    Outros
    Telecentros, calçadas e iluminação de novos pontos

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