domingo, 17 de julho de 2011

O beijo do Lula. Ah, se houvesse uma Ley de Medios …

Publicado em 16/07/2011

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Quando era senador (sempre entrou na vaga de alguém; nunca se elegeu diretamente), o Farol de Alexandria frequentava restaurantes de Brasília, como o notório Piantella, com os jornalistas e, especialmente, e de forma singular, com uma repórter da Globo.
Por quinze anos, o PiG (*) escondeu que Fernando Henrique tinha um filho fora do casamento.
(Depois, dois testes sucessivos de DNA, promovidos por um advogado de Daniel Dantas, demonstraram que ele não era o verdadeiro filho.)
Quando primeiro noticiou que ele ia assumir a paternidade, uma colonista (**) da Folha (***) deu a entender que se tratava de um pai amantíssimo, que levou 15 anos para reconhecer o filho.
Um pai generoso.
Um pater famílias.
Quinze anos depois.
Durante oito anos o Nunca Dantes governou com a D. Marisa ao lado.
D. Marisa, sempre discreta, parecia ali, ao lado dele, dizer a todos: ele reconhece como fui importante para ele vencer as barreiras do preconceito e do ódio.
Nesta sexta-feira, Lula beijou uma fã no rosto.
TODOS os jornais do PiG (*) deram destaque.
Desde as edições online, quando, por exemplo, o Estadão disse (e depois recuou) que o beijo era na boca.
Neste sábado, o Estadão publica a foto na primeira página.
O Globo e a Folha (***) nas páginas internas, sempre com destaque.
A intenção é óbvia.
Atingir Lula e seu casamento com D. Marisa.
Flagrá-lo numa “pulada de cerca”.
O beijo não é na boca, mas um beijo desajeitado, acima dos lábios e ao lado do nariz da fã.
Fotos anteriores ao “beijo na boca” do Estadão e a descrição do evento falam que o Lula foi literalmente atacado pelos fãs e teve que sair direto do palanque para o carro.
O beijo se deu numa posição desajeitada, e a foto tirada de um ângulo “falso”.
Se o Ministro Bernardo já tivesse aprovado a Ley de Medios do Franklin Martins – aquela que o Lula passou a cobrar -, o que aconteceria ?
Um “direito de resposta” imediato.
O Lula ou o PT entrava com um direito de resposta para esclarecer a cena.
Já neste domingo, o PiG (*) teria que se retratar ou colocar os pingos nos is.
A foto não compromete o Lula, não atinge seu casamento, é um de 1001 beijos que o Lula dá em fãs ao longo de um dia, e, a rigor, se fosse publicada, não merecia destaque.
A TV estatal – só tem jeito se for estatal – esclarecia a cena, entrevistava a fã, o Lula e falava do processo judicial instaurado contra o PiG (*) , especialmente contra o Estadão.
Na sequência, a tevê estatal exibiria longa reportagem sobre os métodos do Murdoch de fazer jornalismo.
E comparava com os do PiG (*) .
E deixaria clara uma diferença central: o jornal que o Murdoch teve que fechar – o “News of the World”, é um “tab”, um tablóide cheio de detritos de maré baixa.
O PiG (*), não.
Vem cheio de detrito de maré baixa, mas se leva a sério.
Se o Ministro Bernardo não consegue uma Ley de Medios para esclarecer o beijo na fã, imagine divulgar apropriadamente a “agenda positiva“ da Presidenta.
Os senadores do PT foram reclamar da “Comunicação”.
Têm que reclamar das Comunicações.
E reclamar com a fúria que a D. Marisa demonstrará na próxima vez em que encontrar um um jornalista do PiG (*).
Clique aqui para ler “Uma Ley de Medios para o Lula poder falar, extraído do Tijolaço”.
Em tempo: o Nunca Dantes tem razão quando disse que o Globo não sai do Rio e o PiG (*) de São Paulo não sai do ABC. Falta-lhes dinheiro, presidente.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

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