sábado, 6 de agosto de 2011

Azenha: Brasil precisa de dentes na política externa

Na foto, a diplomacia de Nelson Jobim

“Obviedade: o Brasil é uma potência econômica em ascensão.
Em breve, será necessário colocar alguns dentes na política externa do barão do Rio Branco.”
– Luiz Carlos Azenha

 

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Uma janela no pensamento estratégico de Dilma Rousseff

por Luiz Carlos Azenha
Obviedade: o Brasil é uma potência econômica em ascensão.
Em breve, será necessário colocar alguns dentes na política externa do barão do Rio Branco.
1. Submarinos, inclusive o tocado por energia nuclear (aqui, o Brasil precisa avançar na idea do enriquecimento conjunto de urânio com os vizinhos);
2. Caças;
3. Indústria nacional para reduzir dependência de armamentos importados;
4. Programa espacial soberano, sem cessão de Alcântara.
Isso é necessário não só à defesa da Amazônia e do pré-sal, mas à projeção do Brasil no Atlântico sul, em parceria com a Argentina.
O livro Um Rio Chamado Atlântico, do embaixador Alberto da Costa e Silva — dentre muitos que existem na mesma linha — mostra como as economias do Brasil e da costa ocidental da África foram integradas sob o império português.
Nossa vocação é o Atlântico, não apenas de olho na outra margem, na costa da África.
Depois da biodiversidade da Amazônia e das profundezas do pré-sal, as fronteiras da Ciência e da riqueza estão no espaço e no fundo do mar.
É a vocação brasileira, com sua imensa costa. Dizem os militares: é a Amazônia azul.
Dotar a política externa brasileira de alguns dentes requer muito tato, muita experiência internacional.
O Brasil precisa fazer isso sem afastar os vizinhos, sem esvaziar a Unasul, nem permitir que os Estados Unidos explorem as dissensões regionais em proveito próprio.
Sem jogar por terra a longa campanha por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Ancorando a Venezuela, a Colômbia e o Peru na, por assim dizer, “dimensão atlântica” do Brasil.
Quem melhor capacitado para liderar este processo que um ex-chanceler, reconhecido em todo mundo por sua capacidade de negociação e pelo apego às soluções políticas para as crises internacionais?
Mais do que nunca, política externa e Defesa são duas faces da mesma moeda.
Você entregaria esta tarefa, que equivale a atravessar a loja de cristais sem quebrar peças, a Nelson Jobim ou a Celso Amorim?
PS do Viomundo: Não posso perder a janela do bom humor, reproduzindo o comentário de um leitor doConversa Afiada, o Madeira: “Jobim entrou para o folclore nacional pelo gosto exótico de vestir farda militar sendo ele um ministro da defesa civil, uma espécie de rambo tupiniquim da melhor idade. Quem vai sentir muita saudade do Jobim além do PIG é a embaixada americana”.

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