domingo, 16 de outubro de 2011

Movimento de “indignados” consegue respaldo mundial

do Opera Mundi

O movimento dos “indignados”, que defendem a democracia e protestam contra a crise financeira, adquiriu neste fim de semana dimensão planetária, levando às ruas dezenas de milhares de pessoas em mais de 80 países. Inspirados pelos espanhóis, que desde maio desse ano realizam protestos em cidades como Madri e Barcelona e o “Occupy Wall Street”, cujo quartel-central é a Liberty Plaza, em Nova York, os manifestantes chamaram a atenção mundial e ganharam seguidores e admiradores.

É a primeira vez que uma “iniciativa cidadã” consegue organizar “de forma coordenada tantas manifestações em lugares diferentes e afastados”, disse o jornal El Pais, da Espanha. Sob slogans como “povos do mundo, levantem-se”, ou “sair à rua cria um novo mundo”, os “indignados” convocaram no sábado manifestações em 951 cidades. “Evidentemente, existe agora um movimento internacional”, confirmou o editorialista do Repubblica, Eugenio Scalfari.

 

Marcha de “indignados” na Espanha

Para Jon Aguirre Such, um dos integrantes do grupo Democracia Já, da Espanha, o alcance e a extensão dos protestos “demonstra que não se trata de um tema que diz respeito unicamente aos espanhóis, mas sim ao mundo inteiro. “A crise é mundial, os mercados atuam em escala global, a resposta, então, é mundial”, disse.

Na Itália, houve forte repressão policial

Além de Roma, onde dezenas de milhares de pessoas protestaram pacificamente, Madri e Lisboa foram cenário das maiores marchas. Milhares protestaram também em Washington e Nova York, onde 88 pessoas foram detidas. “Somos o povo, e eles nos venderam”, “a cada dia, a cada semanas, ocupemos Wall Street”, foram suas principais mensagens.

Em Londres, várias centenas de “indignados” passaram a noite de sábado para domingo em barracas na praça na frente da catedral de St. Paul, no coração da City, após a manifestação do dia anterior, marcada também por alguns confrontos e prisões. No sábado, de 2.000 a 3.000 “indignados”, segundo estimativas da BBC, protestaram ao redor da St. Paul, entre cartazes contra a política de austeridade do governo britânico e os cortes orçamentários, assim como contra o sistema financeiro.

Em Portugal, as manifestações também tiveram sucesso

Genebra, Miami, Paris, Saraievo, Zurique, Cidade do México, Lima, Santiago, Hong Kong, Tóquio, Sidney… a “indignação” contra o capitalismo foi expressada no sábado praticamente em todos os continentes.

Curiosamente, na França, o país de Stéphane Hessel, autor do livro Indigne-se, que deu nome ao movimento através do mundo, as marchas tiveram um impacto limitado. Em Paris, houve vários grupos de manifestantes que convergiram para a sede da Prefeitura, onde realizaram uma Assembleia Popular, mas sem o impacto visto nas outras cidades europeias.

Na América do Sul, o Chile foi palco de um dos maiores protestos

Popularidade

Para Todd Gitlin, pesquisador da Universidades de Columbia, o respaldo popular aos indignados vem acontecendo de forma mais rápida do que o conquistado pelo movimento antibélico, ou o movimento dos direitos civis. “Uma das principais demandas dos manifestantes é a crescente desigualdade e a falta de emprego”, afirmou o acadêmico ao Prensa Latina.

A Argentina também contribuiu para a revolta global

Em Washington, onde protetos também aconteceram, os manifestantes coincidiram com a Casa Branca ao expressar seu mal-estar contra o Congresso por não ter aprovado uma iniciativa do presidente Barack Obama para criar mais empregos.

Apesar de que alguns setores discutam a falta de liderança visível deste movimento, analistas dizem que outros protestos, como a dos direitos civis do século anterior, tiveram começo similar. “É hora que ocupemos Wall Street, ocupemos Washington, ocupemos o Alabama”, exclamou o reverendo Al Sharpton, dirigente dos direitos civis nos Estados Unidos e um dos organizadores da marcha.

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