quinta-feira, 28 de julho de 2011

Kassab bonificará professores com modelo que não funcionou em NY

Uma semana depois de Nova Iorque anunciar fim da fracassada bonificação de professores, SME anuncia aplicação do modelo em São Paulo.

Conforme noticiou o Estadão ontem, a PMSP irá aplicar um novo modelo de bonificação para os professores, substituindo o atual PDE, como estratégia de melhorar os índices de qualidade da educação no município. Ao invés de priorizar o investimento em salários e formação continuada, Kassab optou por um modelo utilizado até recentemente por Nova Iorque, cidade que após observar que não funcionou, desistiu da proposta. Veja a matéria do Estadão na íntegra, abaixo.

O que não presta em Nova Iorque, Kassab importa…


Professores e funcionários da rede municipal terão bônus

Benefício será baseado em indicador que leva em conta o desempenho em prova e nível socioeconômico de alunos
27 de julho de 2011
Mariana Mandelli - O Estado de S.Paulo
A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo anuncia hoje um programa de bonificação para professores e funcionários da rede baseado num novo indicador educacional, criado pela Prefeitura. Segundo o Estado apurou, o bônus será concedido mediante esse índice, que vai levar em consideração o desempenho das escolas na Prova São Paulo, avaliação anual do ensino básico realizada pela Prefeitura, e o perfil socioeconômico dos alunos, medido pelos questionários do mesmo exame.
O novo indicador vai se chamar Índice de Qualidade da Educação (Indique) e vem sendo discutido nos últimos dois anos. A ideia da Prefeitura é que o indicador sirva como uma espécie de diretriz para futuras políticas pedagógicas nas escolas avaliadas, além de subsidiar a concessão do bônus para o magistério e o quadro de apoio.
O especialista em avaliações educacionais Francisco Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi quem liderou os estudos. Em maio, o Estado revelou que a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo estuda mudanças em seu programa de bonificação, baseado no desempenho das escolas no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), com o mesmo educador (mais informações nesta pág.).
A Prefeitura tem premiação por desempenho desde 2001. Em 2009, passou a funcionar o Prêmio de Desempenho Educacional (PDE), pago em duas parcelas, cujo valor total de R$ 2,4 mil, só é concedido somente àqueles que não faltam. Todos os anos, o dinheiro que sobra por causa das faltas dos professores volta para a Prefeitura.
Neste ano, é esse montante que vai servir para o pagamento do bônus, segundo uma regra de transição estabelecida pela Prefeitura. O bônus passa a valer totalmente só em 2012, ano de eleições municipais.
Aumento. Em maio, a secretaria anunciou reajuste de 33,79% para os servidores, ativos e aposentados, que será concedido em três anos. Já o piso salarial foi elevado de R$ 1.950,00 para R$ 2.292,17, por 40 horas semanais de trabalho. A rede tem cerca de 60 mil professores.
PARA LEMBRAR
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo estuda alterações nos critérios para o cálculo do bônus por desempenho das escolas no Saresp. A ideia da pasta é levar em conta o esforço e a questão socioeconômica das unidades escolares, já que a rede estadual, que hoje conta com 5,3 mil escolas, é muito heterogênea.
Para considerar o nível socioeconômico dos alunos, serão utilizados dados da Seade e dos questionários do Saresp.
O bônus concedido pelo Estado já foi motivo de conflito entre os sindicatos e o governo. Na semana passada, a cidade de Nova York, que serviu de modelo para o bônus paulista, anunciou que vai cancelar seu programa, após concluir que a política não fez efeito.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O complexo de vira-lata

Celso Amorim, no Carta Maior

Até os jornais brasileiros tiveram de noticiar. Uma força-tarefa criada pelo Conselho de Relações Exteriores, organização estreitamente ligada ao establishment político/intelectual/empresarial dos Estados Unidos, acaba de publicar um relatório exclusivamente dedicado ao Brasil, -pontuado de elogios e manifestações de respeito e consideração. Fizeram parte da força-tarefa um ex-ministro da Energia, um ex-subsecretário de Estado e personalidades destacadas do mundo acadêmico e empresarial, além de integrantes de think tanks, homens e mulheres de alto conceito, muitos dos quais estiveram em governos norte-americanos, tanto democratas quanto republicanos. O texto do relatório abarca cerca de 80 páginas, se descontarmos as notas biográficas dos integrantes da comissão, o índice, agradecimentos etc. Nelas são analisados vários aspectos da economia, da evolução sociopolítica e do relacionamento externo do Brasil, com natural ênfase nas relações com os EUA. Vou ater-me aqui apenas àqueles aspectos que dizem respeito fundamentalmente ao nosso relacionamento internacional.

Logo na introdução, ao justificar a escolha do Brasil como foco do considerável esforço de pesquisa e reflexão colocado no empreendimento, os autores assinalam: “O Brasil é e será uma força integral na evolução de um mundo multipolar”. E segue, no resumo das conclusões, que vêm detalhadas nos capítulos subsequentes: “A Força Tarefa (em maiúscula no original) recomenda que os responsáveis pelas políticas (policy makers) dos Estados Unidos reconheçam a posição do Brasil como um ator global”. Em virtude da ascensão do Brasil, os autores consideram que é preciso que os EUA alterem sua visão da região como um todo e busquem uma relação conosco que seja “mais ampla e mais madura”. Em recomendação dirigida aos dois países, pregam que a cooperação e “as inevitáveis discordâncias sejam tratadas com respeito e tolerância”. Chegam mesmo a dizer, para provável espanto dos nossos “especialistas” – aqueles que são geralmente convocados pela grande mídia para “explicar” os fracassos da política externa brasileira dos últimos anos – que os EUA deverão ajustar-se (sic) a um Brasil mais afirmativo e independente.

Todos esses raciocínios e constatações desembocam em duas recomendações práticas. Por um lado, o relatório sugere que tanto no Departamento de Estado quanto no poderoso Conselho de Segurança Nacional se proceda a reformas institucionais que deem mais foco ao Brasil, distinguindo-o do contexto regional. Por outro (que surpresa para os céticos de plantão!), a força-tarefa “recomenda que a administração Obama endosse plenamente o Brasil como um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É curioso notar que mesmo aqueles que expressaram uma opinião discordante e defenderam o apoio morno que Obama estendeu ao Brasil durante sua recente visita sentiram necessidade de justificar essa posição de uma forma peculiar. Talvez de modo não totalmente sincero, mas de qualquer forma significativo (a hipocrisia, segundo a lição de La Rochefoucault, é a homenagem que o vício paga à virtude), alegam que seria necessária uma preparação prévia ao anúncio de apoio tanto junto a países da região quanto junto ao Congresso. Esse argumento foi, aliás, demolido por David Rothkopf na versão eletrônica da revista Foreign Policy um dia depois da divulgação do relatório. E o empenho em não parecerem meros espíritos de porco leva essas vozes discordantes a afirmar que “a ausência de uma preparação prévia adequada pode prejudicar o êxito do apoio norte-americano ao pleito do Brasil de um posto permanente (no Conselho de Segurança)”.

Seguem-se, ao longo do texto, comentários detalhados sobre a atuação do Brasil em foros multilaterais, da OMC à Conferência do Clima, passando pela criação da Unasul, com referências bem embasadas sobre o Ibas, o BRICS, iniciativas em relação à África e aos países árabes. Mesmo em relação ao Oriente Médio, questão em que a força dos lobbies se faz sentir mesmo no mais independente dos think tanks, as reservas quanto à atuação do Brasil são apresentadas do ponto de vista de um suposto interesse em evitar diluir nossas credenciais para negociar outros itens da agenda internacional. Também nesse caso houve uma “opinião discordante”, que defendeu maior proatividade do Brasil na conturbada região.

Em resumo, mesmo assinalando algumas diferenças que o relatório recomenda sejam tratadas com respeito e tolerância, que abismo entre a visão dos insuspeitos membros da comissão do conselho norte-americanos- e aquela defendida por parte da nossa elite, que insiste em ver o Brasil como um país pequeno (ou, no máximo, para usar o conceito empregado por alguns especialistas, “médio”), que não deve se atrever a contrariar a superpotência remanescente ou se meter em assuntos que não são de sua alçada ou estão além da sua capacidade. Como se a Paz mundial não fosse do nosso interesse ou nada pudéssemos fazer para ajudar a mantê-la ou obtê-la.

Celso Amorim

Celso Amorim é ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula. Formado em 1965 pelo Instituto Rio Branco, fez pós-graduação em Relações Internacionais na Academia Diplomática de Viena, em 1967. Entre inúmeros outros cargos públicos, Amorim foi ministro das Relações Exteriores no governo Itamar Franco entre 1993 e 1995. Depois, no governo Fernando Henrique, assumiu a Chefia da Missão Permanente do Brasil nas Nações Unidas e em seguida foi o chefe da missão brasileira na Organização Mundial do Comércio. Em 2001, foi embaixador em Londres.

Por que a oposição não fala mais de economia?

RSUrgente Jul 20th, 2011 by Marco Aurélio Weissheimer.

Subitamente, setores da sociedade brasileira querem que o povo saia às ruas. É preciso qualificar esses “setores da sociedade brasileira”. São aqueles que foram apeados do poder político no início dos anos 2000 e que tiveram sua agenda política e econômica dilacerada pela realidade. A globalização econômica cantada em prosa e verso nos anos 1990 revelou-se um fracasso retumbante. A globalização financeira, a única que houve, afundou em uma crise dramática que drenou bilhões de dólares da economia real, conta que, agora, está sendo paga por quem costuma pagar essas lambanças: o povo trabalhador que vive da renda de seu trabalho.
Durante praticamente duas décadas, nos anos 80 e 90, a esmagadora maioria da imprensa no Brasil e no exterior repetiu os mesmos mantras: o Estado era uma instituição ineficiente e corrupta, era preciso privatizar a economia, desregulamentar, flexibilizar. A globalização levaria o mundo a um novo renascimento. Milhares de editoriais e colunas repetiram esse discurso em jornais, rádios, tvs e páginas da internet por todo o mundo. Tudo isso virou pó. Os gigantes da economia capitalista estão mergulhados em uma grave crise, a Europa, que já foi exemplo de Estado de Bem-Estar Social, corta direitos conquistados a duras penas após duas guerras mundiais. A principal experiência de integração regional, a União Europeia, anda para trás.

No Brasil, diante da total ausência de programa, de projeto, os representantes políticos e midiáticos deste modelo fracassado que levou a economia mundial para o atoleiro, voltam-se mais uma vez para o tema da corrupção. Essa é uma história velhíssima na política brasileira. Já foi usada várias vezes, contra diferentes governantes. Afinal de contas, os corruptos seguem agindo dentro e fora dos governos. Aparentemente, por uma curiosa mágica, eles são apresentados sempre como um ser que habita exclusivamente a esfera pública. Quando algum corrupto privado aparece com algemas, costuma haver uma surda indignação contra os “excessos policiais”.

No último domingo, o jornal O Globo publicou uma reportagem para questionar por que os brasileiros não saem às ruas para protestar contra a corrupção. O Globo sabe a resposta. Como costuma acontecer no Brasil e no resto do mundo, o povo só sai às ruas quando a economia vai mal, quando há elevadas taxas de desemprego, quando as prateleiras dos super mercados tornam-se território hostil, quando não há perspectiva para a juventude. Não há nada disso no Brasil de hoje. Há outros problemas, sérios, mas não estes. A violência, o tráfico de drogas, as filas na saúde, a falta de uma educação de melhor qualidade. É de causar perplexidade (só aparente, na verdade) que nada disso interesse à oposição. Quem está falando sobre isso são setores mais à esquerda do atual governo.

Comparando com o que acontece no resto do mundo, a economia brasileira vai bem. Não chegamos ao paraíso, obviamente. Longe disso. Há preocupações legítimas em nosso vale de lágrimas que deveriam ser levadas a sério pelo governo federal sobre a correção e pertinência da atual política cambial e de juros, apenas para citar um exemplo. O Brasil virou mais uma vez um paraíso para o capital especulativo e a supervalorização do real incentiva um processo de desindustrialização.

Curiosamente, essa não é a principal bandeira da oposição. Por que estão centrando fogo no tema da corrupção e não na ausência de mecanismos de controle de capitais, por exemplo? Por que não há editoriais irados e enfáticos contra a política do Banco Central e as posições defendidas pelos agentes do setor financeiro? Bem, as respostas são conhecidas. Os partidos políticos não são entidades abstratas descoladas da vida social das comunidades. Alguns até acabam pervertendo seus ideais de origem e se transformam em híbridos de difícil definição. Mas outros permanecem fiéis às suas origens e repetem seus discursos e estratégias, década após década.

Nos últimos dias, lideranças nacionais do PSDB e seus braços midiáticos vêm repetindo um mesmo slogan: o Brasil vive uma das mais graves crises de corrupção de sua história. Parece ser uma tese com pouco futuro. Tomando as denúncias de corrupção como critério, o processo de privatizações no período FHC é imbatível. Há problemas econômicos reais no horizonte. É curioso que isso não interesse à oposição. Afinal, é isso que, no final das contas, faz o povo sair às ruas. Sempre foi assim: a guerra, a fome, o desemprego. Esses são os combustíveis das revoluções.

A indigência intelectual e programática da oposição brasileira não consegue fazer algo além do que abrir a geladeira, pegar o feijão congelado meio embolorado da UDN, colocá-lo no forno e oferecê-lo à população como se fosse uma feijoada irrecusável. Mas no fundo não se trata de indigência. É falta de alternativa mesmo. Falta de ter o quê dizer. Não falta matéria-prima para uma oposição no Brasil, falta cérebro e, principalmente, compromisso com um projeto de país e seu povo.

O modelo político-econômico que hoje, no Brasil, abraça a corrupção como principal bandeira esteve no poder nas últimas décadas por toda a América Latina e foi varrido do mapa político do continente, com algumas exceções. Seu ideário virou sinônimo de crise por todo o mundo. É preciso mudar de assunto mesmo. A verdade, em muitos casos, pode ser insuportável, ou, simplesmente, inconveniente.

(*) Artigo publicado originalmente na Carta Maior

Por que a oposição não fala mais de economia- – Marco Weissheimer

Auto-regulação da mídia não funciona

Por José Dirceu, em seu blog:
Há pelo menos cinco décadas a Grã Bretanha vive uma experiência de amor e ódio com seus tablóides, os principais infratores do código de conduta dos jornalistas. Suas reportagens de capa estampam detalhes indiscretos, quando não picantes, dos ricos e famosos. E, se por um lado, as tiragens da imprensa marrom superam os dois milhões de exemplares, de outro, o país tentou várias fórmulas para coibir os excessos dessa imprensa, renovando suas fórmulas institucionais para fazê-lo. Apesar das várias tentativas, o assunto mais uma vez vem à tona e suscita a discussão da regulação dos meios de comunicação e a concentração de poderes nas mãos de poucos e poderosos conglomerados do setor.
Na prática, a imprensa no Reino Unido é objeto de auto-regulação há mais de 50 anos. A primeira experiência nesse sentido foi a criação de um conselho voluntário de imprensa – o Press Council - em 1953. Na década de 1980, apesar da atuação do conselho, o excesso dos tablóides sensacionalistas foi questionado no Parlamento. Ao invés de novos controles legais, a opção encontrada na House of Commons, equivalente à nossa Câmara dos Deputados, foi a criação de uma nova Comissão Queixas da Imprensa ou Press Complaints Commission (PCC), uma espécie de ouvidoria do setor, composto por jornalistas e representantes da sociedade civil, para substituir o antigo conselho, de caráter de regulação profissional.
Àquela ocasião, a PCC teve a missão de colocar ordem na mídia, defendendo tanto a ética do jornalismo, quanto a liberdade de imprensa. Entre suas ações esteve a publicação de um Código de Conduta dos Editores, acordado entre jornais e revistas. Todos os editores e publishers da Grã Bretanha foram chamados a se submeter ao novo código e a financiar a PCC, via o Press Standards Board of Finance (PRESSBOF), criada desde 1971 pela indústria da publicidade, também auto-regulada.
Modelo esgotado
Com escândalos recorrentes os jornais ingleses estão, mais uma vez, sob os holofotes. Há consenso de que o frágil modelo da PCC esteja esgotado. A Comissão, formada em 1991, exatamente para coibir as práticas dos tablóides ingleses, não tem o poder de impor multas aos órgãos de imprensa nos casos de abusos, ou sequer de cassar o registro de seus profissionais, nos casos de delitos graves. Suas sanções são meramente morais. Seu modelo equivale ao de uma ouvidoria que baseia suas ações em “acordos de cavalheiros”, celebrados entre colegas de profissão. Em seu conselho estão os poderosos editores do Sunday Mirror, Tina Weaver, Ian MacGregor, do Sunday Telegraph, e Peter Wright, Mail on Sunday. Bem ao estilo inglês, costuma resolver as reclamações do público de forma discreta.
A incapacidade de a PCC fazer frente às práticas dos tablóides e dos poderosos grupos de mídia como o de Rupert Murdoch, que detém 37% do mercado editorial doméstico, além de participação no controle de emissoras de TV e de TV a cabo, levou vários parlamentares a questionarem as bases da regulação da imprensa. As críticas à tíbia atuação da PCC vão de David Cameron, premier britânico, ao líder trabalhista Ed Miliband.
Cameron, que foi apoiado por Murdoch em sua eleição, agora dirige suas acusações para a Comissão, acusando-a de ausente. “A forma como a imprensa está sendo regulada hoje não está funcionando”, disse Cameron. Miliband, por sua vez, a descreveu como um “poodle sem dentes”, incapaz, portanto, de coibir o ímpeto de seus investigados.
Acordos ineficazes
Em boa parte, o questionamento do modelo da comissão, presidida pela baronesa Tory peer Buscombe desde 2008, dá-se, principalmente pelo fato de o News of The World – tablóide pivô da crise do grupo de Murdoch – ter sido investigado pela PCC desde 2009. Na ocasião, o relatório final da comissão sobre os excessos do tablóide eximiu o jornal das acusações. Pior. Alegou que as revelações sobre as práticas da publicação de Rupert Murdoch “não corresponderam às dramáticas denúncias” das quais foi alvo.
O fato é que a auto-regulação da imprensa demonstrou claramente os seus limites. Acordos de cavalheiros não têm sido efetivos para coibir práticas ilegais de grupos, pouco afeitos a convenções. Quem põe o dedo na ferida é trabalhista Ed Miliband. Para ele “tal concentração de poder nas mãos de uma pessoa (no caso específico, Rupert Murdoch) é algo prejudicial e que leva a abusos de poder dentro de sua organização”. Ele defende que o país deva prestar atenção sempre que uma pessoa detiver mais de 20% do mercado de imprensa”. Seus comentários, de tão sábios, aplicam-se ao outros países. Lá, como cá, o assunto merece a atenção dos cidadãos e dos legisladores.

http://altamiroborges.blogspot.com/2011/07/auto-regulacao-da-midia-nao-funciona.html

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Imprensa golpista aposta em cisão entre Lula e Dilma

Posted by eduguim on 21/07/11

A imprensa golpista e tucana trabalha a todo vapor para interromper a distribuição de renda e a inclusão social no Brasil. Nesse processo, dá a impressão de saber de alguma coisa que o resto do país não sabe e, assim, adotou estratégia clara para devolver o poder ao PSDB em 2014 e fragilizar o PT nas eleições municipais do ano que vem.

A estratégia consiste em apresentar Dilma Rousseff como a técnica que estaria “consertando” supostas “burradas” cometidas por Lula na economia durante a sua octaetéride e que, além disso, estaria “limpando” o governo federal de corruptos que teriam sido herdados da gestão do padrinho político dela.

Apesar das negativas de Lula de que existiria qualquer divergência com a sucessora, percebe-se que, enquanto o presidente continua reagindo com força aos ataques da mídia a si, a presidente da República busca boa relação com os barões da mídia, o que também poderia significar que o ex-presidente e a atual estão usando a estratégia “tira bom, tira mau”.

A segunda “perna” da estratégia consiste em ocultar escândalos graves nos governos estaduais controlados pelo PSDB, mais especificamente os de São Paulo e Minas Gerais. No caso de São Paulo, por exemplo, há oescândalo que o jornalista Ricardo Kotscho citou recentemente em seu blog, o das obras de ampliação da marginal do Tietê.

A Dersa paulista tem os mesmos problemas do DNIT federal, mas a imprensa ligada ao PSDB trata de ocultar tudo o que está acontecendo em São Paulo. E esse é apenas um dos casos de corrupção gritante envolvendo os governos paulista e mineiro, entre outros controlados pela oposição.

A favor da estratégia da direita demo-tucano-midiática está o fato de que Lula não tem mais o cargo de presidente para falar alto e de que sua sucessora não reage em sua defesa. Isso em um quadro em que ela está sendo apresentada como gestora austera que tenta consertar o que o conclave oposicionista vem chamando de “herança maldita”.

Enquanto isso, a oposição fica caladinha assistindo de camarote à mídia fazer o serviço sujo.

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Imprensa golpista aposta em cisão entre Lula e Dilma - Blog da Cidadania

PS: Retorno ao Brasil nesta sexta-feira após duas semanas fora do país.

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domingo, 24 de julho de 2011

É hora de enfrentar a mídia

Por Antônio Mello, em seu blog:
Carta aberta à Presidenta Dilma:
É hora de enfrentar o tigre-de-papel-impresso
Presidenta Dilma, leu 'O medo que não ousava dizer o nome', de Timothy Ash, no Estadão?
Publicado no domingo, o artigo do professor Timothy Garton Ash (traduzido por Celso Paciornik) comenta o escândalo dos tabloides de Murdoch na Grã-Bretanha, especialmente do medo que eles provocavam em políticos, celebridades, policiais e até nos primeiro-ministros britânicos.
Selecionei uns trechos, presidenta, mas vale a pena a leitura do texto na integra. Repare que, se trocarmos os tabloides de Murdoch por seus congêneres brasileiros (Veja, Folha, Organizações Globo etc.), políticos, celebridades, policiais britânicos por brasileiros e os primeiro-ministros pelos presidentes brasileiros (a senhora inclusive) veremos que a crise de lá se parece muito, é quase um espelho da de cá.
*****
Mas no alto da vida pública britânica circulam homens e mulheres com pequenos pingentes de medo nos corações, e o medo é inimigo da liberdade.
Esse era um medo que não ousava dizer o seu nome; uma covardia autocomplacente que se ocultava em silêncio, eufemismo e desculpa. Intimamente, políticos, consultores de imagem, relações públicas, figuras públicas e, agora se sabe, até quadros superiores da polícia disseram a si mesmos: não ataque Murdoch. Jamais vá contra os tabloides. Murdoch & Co. usaram intromissões vergonhosas, inescrupulosas e ilegais na privacidade tanto para vender jornais, excitando um público faminto por celebridades com detalhes íntimos, como para angariar influência política.
(...) Certa vez concluí que Rupert Murdoch era o segundo homem mais poderoso na Grã-Bretanha. Mas, se a medida final de poder relativo é "quem tem mais medo de quem", então seria o caso de dizer que Murdoch foi - no sentido estrito, básico - mais poderoso que os últimos três premiês da Grã-Bretanha. Eles tinham mais medo dele do que ele deles.
Considerem as evidências. Blair vira seu antecessor no cargo, John Major, e um líder trabalhista, Neil Kinnock, serem destruídos por uma imprensa hostil. Ele aprendeu a lição. Cortejou o mais que pôde esses barões da imprensa. Só quando estava prestes a deixar o cargo, após dez anos, ousou denunciar a mídia britânica por se comportar "como uma besta feroz".
Na semana retrasada, soubemos que o sucessor de Blair como primeiro-ministro, Gordon Brown, acredita que registros médicos, bancários e, talvez, fiscais de sua família foram invadidos. Brown conta que foi levado às lágrimas quando Rebekah Wade, então editora do Sun, outro tabloide de Murdoch, lhe telefonou para dizer que o jornal ia revelar que Fraser, filho de Brown de 4 anos, tinha fibrose cística.
Apesar disso, alguns anos depois Brown foi ao casamento de Rebekah - que, no momento em que isto é escrito, é Rebekah Brooks, ex-braço direito de Murdoch na News International, o ramo britânico da News Corp. A Feiticeira Morgana do jornalismo britânico era simplesmente poderosa demais para um primeiro-ministro em busca de reeleição esnobar.
David Cameron superou Blair na paparicação aos barões da imprensa em geral e de Murdoch em particular. Pior, ele contratou Andy Coulson, ex-editor do News of the World, como seu assessor de comunicações. Não me lembro de ter encontrado algum jornalista britânico que acreditasse que o ex-editor fosse tão inocentemente desinformado, como alega, sobre o que seus repórteres estavam para fazer. Mas Cameron ignorou todas as advertências.
O mais chocante foi a polícia metropolitana de Londres ter engavetado uma investigação que devia ter feito com o maior empenho. Ela não contou a milhares de pessoas, cujos nomes apareceram nas anotações de um detetive particular usadas pelo News of the World, que seus telefones tinham sido grampeados. Somente uma tenaz reportagem investigativa do Guardian e do New York Times forçou a reabertura da investigação policial.
O primeiro-ministro Cameron agora promete um inquérito público, presidido por um juiz conceituado. Talvez a coisa mais importante que ele terá de determinar é por que a polícia agiu como agiu. De novo, a explicação mais provável se resume a medo. A polícia tinha medo de pôr em risco sua confortável relação com os jornais de Murdoch, que a ajudaram em seus inquéritos e a elogiavam pelos esforços de combate à criminalidade. Alguns policiais eram pagos pela imprensa de Murdoch. Autoridades de peso agora dizem que seus próprios telefones foram grampeados. Na falta de evidências fortes em contrário, a única conclusão razoável é que a polícia temia ser malhada, em vez de incensada, pela besta feroz. De modo que ela também dobrou os joelhos.
Só nos falta descobrir que um juiz conceituado foi espionado, vencido ou intimidado. Seguramente que não, gritamos. Isso não! Mas quantas vezes antes não acreditamos ter chegado ao fundo e depois ouvimos batidas vindas de baixo?

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Na Inglaterra, ainda há dúvidas sobre juízes. Logo, certamente o nome de algum deles aparecerá. Aqui, nem essa dúvida temos, como mostra o já famoso caso Veja do grampo sem áudio.
É hora de agir. É hora de enfrentar o tigre-de-papel-impresso. A presidenta é a pessoa mais indicada para isso. Quem enfrentou a ditadura militar, suportou a tortura, enfrentou um câncer e chegou ao cargo máximo do país tem que dar o primeiro passo, porque oO poder dos cartéis midiáticos não permite a informação livre e põe em risco a democracia no Brasil.

Altamiro Borges- É hora de enfrentar a mídia

Lei Azeredo só pode ser vetada por Dilma

Por Ana Rita Cunha, noObservatório do Direito à Comunicação:
A “Lei Azeredo”, como ficou conhecido o projeto de Lei 84/1999, está na última fase de discussão no Congresso Nacional. Ele já foi aprovado nas duas Casas e agora volta para Câmara. Durante audiência pública, na semana passada, o projeto foi bastante criticado. Os parlamentares demonstraram preferência em votar o Marco Civil da internet antes de definir os tipos penais das infrações na rede. Já em última instância de avaliação, os deputados não podem fazer muitas modificações e para barrar o projeto será preciso o veto da presidenta Dilma Roussef.
O projeto que tipifica crimes na internet foi apresentado na Câmara em 1999 e aprovado em 2003. Nesse mesmo ano, ele foi para o Senado, onde foi apresentado um substitutivo ao texto pelo então senador e hoje deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB/MG). Ele foi aprovado no Senado em 2008 e encaminhado novamente para a Câmara. Atualmente, o projeto tramita em regime de urgência simultaneamente nas Comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Constituição e Justiça e de Cidadania; e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Em seguida, o projeto será votado pelos deputados no plenário. Nesse momento, os parlamentares apenas podem apresentar emendas supressivas às propostas aprovadas no Senado. Caso rejeitem todo o texto no plenário, será validada a versão original aprovada pela Câmara em 2003.
O deputado Eduardo Azeredo ressaltou que o projeto está sendo debatido há 11 anos no Congresso. “Foram feitas modificações em longas conversas com entidades da sociedade civil e Governo. O projeto está pronto para ser aprovado”, explica o deputado. Para Vanessa Fusco, promotora do Ministério Público de Minas Gerais, muitos crimes que usam a internet como ferramenta são arquivados por falta de definição legal sobre o tema.
Representantes da sociedade civil, no entanto, apontam várias falhas importantes na “Lei Azeredo” que podem colocar em risco a liberdade da internet. O professor de Direito da FGV Luiz Moncau alerta que o projeto é muito geral e transforma práticas corriqueiras em crimes. “O projeto considera ilegal transferir informações de sistemas informatizados sem autorização do titular, isso abrange desde da invasão de um sistema do Governo até uma cópia de um cd”, argumenta Luiz.
Para o professor de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, Túlio Viana, o projeto tem distorções preocupantes. “Ao punir a falsificação de dados eletrônicos sem definir o que define a legitimidade desses dados, modifica a própria ideia de falsificação, criando a falsidade documental de qualquer coisa”, explica o professor. Além disso, o projeto determina pena de um a três anos de reclusão por acesso não autorizado a redes de computadores, tempo superior à pena de invasão de domicílio.
Outro ponto polêmico do projeto é a obrigação de provedores de guardarem durante três anos os dados de endereçamento dos usuários. O diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) acredita que essa medida vai contra o princípio da inocência e torna todos passíveis de investigação. “É um atentado contra o direito de privacidade das pessoas”. Para o deputado Emiliano José (PT/BA), as mudanças propostas pela “Lei Azeredo” necessitam de uma base de princípios civis que ainda não existe no país “Não podemos discutir o crime antes de discutir os direitos e liberdades dos cidadãos”, explica o deputado.
Marco Civil
O projeto do Marco Civil da internet organizado pelo Ministério da Justiça em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) já passou por duas consultas públicas em 2009 e 2010. Atualmente, ele está sendo avaliado pela Casa Civil antes de ser enviado ao Congresso. O deputado Eduardo Azeredo acredita que a demora do Executivo pode ser prejudicial a sociedade. “Faz três anos que nós esperamos pelo marco, enquanto isso, vemos que a definição dos crimes da internet é urgente e precisa ser votada o quanto antes”, criticou o deputado.
Para a deputada Luiza Erundina (PSB/SP), a “Lei Azeredo” apresenta problemas muito graves para ser aprovada e além disso ela demonstra que o Congresso precisa amadurecer mais as discussões sobre a internet. “O marco pode nos permitir entender de que ambiente de internet estamos falando para definir as restrições criminais com mais segurança”, pontuou a deputada. Para Erundina, acreditar na possibilidade de uma aplicação eficaz e justa de uma Lei com tantos problemas é um risco muito grande. “Podemos estar criando uma lei que não pega”, completa.
Durante a audiência, a deputada Manuela D'Ávila (PC do B/RS) sugeriu que um acordo entre os partidos da base do Governo para que, no caso da Casa Civil não encaminhar o projeto do Marco Civil da internet, os próprios parlamentares o façam em regime de urgência. Para invalidar, no entanto, a “Lei Azeredo”, os parlamentares terão de negociar com a presidenta Dilma Roussef. Nesse momento do processo legislativo, apenas ela pode vetar totalmente o projeto.

Altamiro Borges- Lei Azeredo só pode ser vetada por Dilma

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Alguns blogs conquistaram mais leitores que os jornais

ImageLi o artigo de Izabela Vasconcelos no portalComunique-se . Por ele, fui informado de que alguns blogs neste país já ostentam uma penetração maior que muitos jornalões brasileiros. Os jornalistas Juca Kfouri (UOL), Patrícia Kogut, Fernando Moreira, Ricardo Noblat (de O Globo) e Marcelo Tas (do portal Terra) são citados como exemplos de blogueiros que, em sua maioria, alcançaram uma leitura diária equivalente ou superior à circulação dos dez maiores jornais brasileiros – de tiragens entre 125 mil e 295 mil exemplares diários.
Izabela informa que Patrícia Kogut, que escreve sobre cultura e televisão, já é lida por  cinco milhões de leitores por mês mensalmente, com 14 milhões de páginas visualizadas. Juca Kfouri recebe três milhões de visitantes únicos por mês, ou quase cinco milhões de visualizações de página. Ricardo Noblat, por sua vez, conseguiu que seu blog de política tenha 257 mil visitantes únicos por mês.
O artigo faz questão afirmar que blogs e jornais/portais não seriam rivais na disputa do leitor, uma vez que os donos de grandes veículos mantêm as páginas líderes de audiência hospedadas em seus sites, como é o caso do UOL/Folha, O Globo e Terra.

Blogueiros independentes
Mas, quero discordar da tese. A grande novidade da blogosfera são, exatamente, os blogueiros independentes, aqueles que estão à margem dos jornalões, que não têm rabo preso com ninguém, a não ser com a própria consciência. Mês passado conheci dezenas deles que, assim como eu, usam a Internet para veicular opiniões e debater visões de mundo negligenciadas pela mídia, ou a ela contrárias. Esse universo de autores ousou, inclusive, discutir, em Brasília, durante II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, o papel político da mídia tradicional.
Naquela ocasião, durante três dias, blogueiros, militantes de movimentos sociais e representantes do poder público debateram os caminhos e desafios da Internet. E a fantástica experiência de, a despeito da velha imprensa, ser um autor independente na Internet, com uma relação direta com milhares de leitores, sem qualquer mediação.
Como diz o ex-presidente Lula, o papel da blogosfera é ser uma alternativa para que a sociedade formule e veicule suas próprias ideias. Para ele, este é um espaço em que o cidadão pode exercer o seu direito de ser também um formador de opinião pública.
Aproveito, aqui, para retomar as bandeiras defendidas no II Encontro de Blogueiros Progressistas: a democratização dos meios de comunicação, um novo marco regulatório no setor e a difusão da internet banda larga no país. Na blogosfera, além dos blogueiros independentes, o que há de mais importante é o debate que eles propiciam.
Internet e direito autoral
Aproveito, ainda, para recomendar o artigo de Marcelo Branco, ativista pela liberdade do conhecimento e ex-dirigente da Associação Software Livre, hoje em O Globo. Ele argumenta que, no âmbito da internet, com a mudança de hábitos do público consumidor e com os novos modelos de distribuição de conteúdos autorais – à margem da indústria fabril-, é importante a discussão sobre a reforma do direito autoral.
“A nova lei”, afirma, “deve projetar o futuro e não se espelhar num modelo passado”. Para o autor, “o público não é inimigo dos autores”. E aponta a confusão criada entre os conceitos de “cópias privadas” de conteúdos autorais obtidos por meio da internet e “pirataria”. “Pirataria é o uso e a comercialização de cópias ilegais, para benefício econômico”, define. O direito a uma cópia privada, sem o intuito de lucro, defende Branco, seria uma expressão do princípio da liberdade do uso privado.
Branco também argumenta que, para se coibir o compartilhamento de conteúdos na internet – em nome do direito autoral – é necessário a instituição de uma vigilância generalizada e a quebra de privacidade dos cidadãos. A tese é algo inaceitável no Estado de direito democrático, argumenta. Segundo o ex-dirigente da Associação Software Livre, a revisão da regulação do direito autoral é uma oportunidade importante para se estabelecer um novo equilíbrio entre o direito de autor, a liberdade do uso privado e novas formas de remuneração da cadeia produtiva cultural.

A discussão levantada por Branco é importante e merece ser aprofundada. Vamos acompanhar e participar deste debate.

Foto: Blog.

Publicado em 20-Jul-2011

Blog do Zé - Zé Dirceu - Um Espaço para a Discussão do Brasil

Mídia golpista convoca protestos de rua

Por Altamiro Borges
Testando o clima político, a mídia demotucana tem atiçado os seus leitores, telespectadores e ouvintes para sentir se há condições para a convocação de protestos de rua contra o governo Dilma. O mote dos filhotes de Murdoch seria o do combate à corrupção, o da “ética”. A experiência a copiar seria a da “revolução dos indignados” na Espanha.
Na prática, o objetivo seria o de reeditar as “Marchas com Deus”, que prepararam o clima para o golpe de 1964, ou o finado movimento Cansei, de meados de 2007, que reuniu a direita paulistana, os barões da mídia e alguns artistas globais no coro do “Fora Lula”. Até agora, o teste não rendeu os frutos desejados. Mas a mídia golpista insiste!
Visão conspirativa?
A idéia acima exposta pode até parecer conspirativa, amalucada. Mas é bom ficar esperto. Nos últimos dias, vários “calunistas” da imprensa têm conclamado a sociedade, em especial a manipulável “classe média”, a se rebelar contra os rumos do país. Parece algo articulado – “una solo voz”, como se diz na Venezuela sobre a ação golpista da mídia.
O primeiro a insuflar a revolta foi Juan Arias, correspondente do jornal espanhol El País, num artigo de 11 de julho. O repórter, que adora falar besteiras sobre o Brasil, criticou a passividade dos nativos, chegando a insinuar que impera no país a cultura de que “todos são ladrões”. Clamando pela realização de protestos de rua, ele provocou: “Será que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética de muitos dos que os governam”.
O Globo e Folha
Logo na sequência, dia 17, O Globo publicou reportagem com o mesmo tom incendiário. O jornal quis saber por que o povo não sai às ruas contra a corrupção no governo Dilma. Curiosamente, o que prova as péssimas intenções da famiglia Marinho, o diário só não publicou as respostas do MST, que desmascaram as tramas das elites (leia aqui).
Já nesta semana, o jornal FSP (Folha Serra Presidente) entrou em campo para reforçar o coro dos “indignados”. No artigo “Por que não reagimos”, de terça-feira (19), o colunista Fernando de Barros e Silva, que nunca escondeu a sua aversão às forças de esquerda, relembrou a falsa retórica udenista do falecido Cansei:
O resmungo dos “calunistas”
“Por que os brasileiros não reagem à corrupção? Por que a indignação resulta apenas numa carta enviada à redação ou numa coluna de jornal. Por que ela não se transforma em revolta, não mobiliza as pessoas, não toma as ruas? Por que tudo, no Brasil, termina em Carnaval ou em resmungo?”.
Hoje, 21, foi a vez de Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa do PSDB”. Após exigir que Dilma seja mais dura contra a corrupção, ela cobra uma reação da sociedade. “A corrupção virou uma epidemia... E os brasileiros que estudam, trabalham, pagam impostos e já pintaram a cara contra Collor, não estão nem aí? Há um silêncio ensurdecedor”.
Seletividade da mídia
Como se observa, o discurso é o mesmo. Ele conclama o povo a ir às ruas contra a corrupção... no governo Dilma. De quebra, ainda tenta cravar uma cunha entre a atual presidenta e o seu antecessor. A corrupção seria uma “herança maldita” de Lula. A intenção não é a de apurar as denúncias e punir os culpados, mas sim a de sangrar o atual governo.
Na sua seletividade, a mídia demotucana nunca convocou protestos contra o roubo da privataria tucana ou contra a reeleição milionária de FHC. Ela também nunca se indignou e exigiu que sejam desarquivadas as quase 100 CPIs contra as maracutaias do governo do PSDB de São Paulo. Para a mídia golpista, o discurso da ética é funcional. Só serve para os inimigos!
Acorda Dilma!
É bom a presidenta Dilma ficar esperta. O tempo está se esgotando. A fase do “namorico” com a mídia acabou. Das denúncias de corrupção, que já sangram o governo há quase dois meses, a imprensa partidarizada já passou para a fase da convocação de protestos de rua. Como principal partido da oposição, a mídia retomou a ofensiva. E o governo se mantém acuado, paralisado, sem personalidade.

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Altamiro Borges- Mídia golpista convoca protestos de rua

Metalúrgico estuda mais. Classes D e E também são cheirosas.

Publicado em 21/07/2011

Todo mundo cheiroso, Catanhêde. Esse Nunca Dantes ...

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Saiu no Valor, pág. A4:
“Sindicalismo – Pesquisa mostra mudança de perfil dos trabalhadores”
“Metalúrgico do ABC trabalha menos e estuda mais”

13% dos cem mil metalúrgicos têm curso superior completo.
(Contra 6% em 1994, no governo do Farol de Alexandria.)
Hoje, 55% dos metalúrgicos do ABC têm curso médio completo (contra 12% nos sombrios anos do Farol).
Fundamental incompleto: 48% nos anos turvos do Farol, contra 8,5% hoje.
Que horror !
Quer ver outro horror, amigo navegante ?
No mesmo Valor desta quinta feira, pag. B4, aumentou o consumo de antisséptico bucal nas classes D e E.
Em 2009, 85% dos lares das classes D e E passaram a usar colônia.
Nas classes A, B e C, a penetração é de 90%.
Portanto, como diria a Eliane Catanhêde, naquele inesquecível vídeo da massa cheirosa, hoje as classes D e E também são cheirosas.
Que horror !

Paulo Henrique Amorim

Metalúrgico estuda mais. Classes D e E também são cheirosas. - Conversa Afiada

sábado, 23 de julho de 2011

Tijolaço: Estadão na Idade da Pedra. Vale não pode produzir aço

Publicado em 21/07/2011

Joaquim Silvério dos Reis daria um bom presidente da Vale, na visão do Estadão

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O Conversa Afiada reproduz post do Tijolaço, de Fernando Brito:

Dependesse do Estadão, o Brasil nem faria aço
O Estadão, hoje, tem um daqueles momentos de sinceridade antológicos.
É o editorial intitulado “A Vale ainda não entrou na produção de aço, felizmente“.
Depois de algumas lágrimas por Roger Agnelli, o jornalão começa a entregar o seu pensamento colonial.
Por ele, o Brasil ainda seria um pequeno país atrasado, que nem mesmo produziria aço.
Comemora o fato de não aparecer um sócio capaz de colocar dinheiro no projeto da Cia. Siderúrgica de Ubu (CSU) que a Vale pretende instalar no Espírito Santo.
Como se sabe, só há dinheiro de capitalistas para investir em especulação com dólar, uma coisa extremamente mais útil ao país do que produzir aço.
Produzir aço, no Brasil, é algo supérfluo e antieconômico.
Pelo  Estadão, o Brasil só exportaria minério de ferro.
Aquela tal de Companhia Siderúrgica Nacional – esqueça os livros de história que dizem que ela foi fundamental para a industrialização do país – não deve ter passado de um arroubo populista de Vargas.
Afinal, diz o porta-voz de nossas oligarquias, nossas jazidas são “praticamente inesgotáveis”.
E desfaz da óbvia vantagem de podermos fazer aço perto das “jazidas praticamente inesgotáveis” porque  com “o uso de navios gigantescos, se tem reduzido muito nos últimos anos (o custo de se transportar milhões e milhões de toneladas de minério bruto), especialmente quando esses navios podem retornar transportando petróleo”.
Viram que beleza? Exportamos mais ferro e importamos mais petróleo. Só falta sugerir que deixemos lá este “petróleo anti-econômico” do pré-sal.
Evidente que ninguém quer que o Brasil deixe de exportar minério. Mas o que temos é de resolver os problemas estruturais que nos impedem de avançarmos, como poderíamos, na competividade em matéria de siderurgia.
Mas para que resolver problemas, se podemos vender nosso minério, fresquinho, arrancado do chão? O buraco que eles deixam, a riqueza que se vai, nada disso é importante. Importante são os lucros rápidos e de baixo investimento que fazem adorável a nossa elite colonial.
É o modo Joaquim Silvério dos Reis de pensar o Brasil.

Em tempo: é na pág.27 que o Globo conta: “Planalto cobra de Petrobrás e Vale acordo sobre exploração de potássio.”
“Dilma quer ampliação da produção nacional de insumo básico de fertilizantes”
“A presidente convocou ao Palácio do Planalto os presidentes das gigantes Petrobrás e Vale do Rio Doce (este é o nome completo – PHA), José Sergio Gabrielli e Murilo Ferreira, e cobrou deles rapidez para fechar o acordo sobre a exploração da mina de cloreto de potássio de Itaquiri-Vassouras (ela está com a mania de vassoura … – PHA), a unica em atividde no Brasil.”

Como se vê, a Presidenta reassumiu o papel que a participação acionária lhe atribui: a de comandante da Vale do Rio Doce.
Antes, como se sabe, quem mandava na Vale era o PiG (*).

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Kotscho critica os “ataques de Lula”

Por Altamiro Borges
Em seu blog, agora hospedado no portal da Record, o jornalista Ricardo Kotscho critica seu “velho amigo” Lula pelas polêmicas que têm travado ultimamente. Ele diz desconhecer os motivos que levaram a ex-presidente “a subir o tom dos seus discursos em encontros com estudantes [UNE] e sindicalistas [UGT]”, mas conclui que “só Lula sai perdendo com os ataques de Lula”.

Na sua avaliação, o momento político não é oportuno para este “confronto”, em especial contra a mídia hegemônica. “Com seus constantes e cada vez mais irados ataques à imprensa, Lula só dá mais munição para os porta-vozes do bloco mais reacionário da decadente imprensa tucana, que vivem acenando com os fantasmas do ‘controle social da mídia’ e da ‘volta da censura’ como se estivessem torcendo por isso”.
Dilma e o “namorico” com a mídia
Ainda segundo sua leitura política, este confronto não tem servido ao atual governo. “Agindo desta forma, Lula acaba também não ajudando a presidente Dilma, que passa por um momento de sérias dificuldades, em várias áreas do governo, e estava tentando melhorar seu relacionamento com os donos da grande mídia, que a vinham tratando até muito bem antes da crise Palocci”.
Tendo já trabalhado nas redações dos principais jornalões brasileiros, Kotscho avalia que as polêmicas só atiçam os preconceitos de alguns editores e colunistas. “Cada vez que se sentem atacados, mais agressivos eles se tornam, mais motivados a fazer novas denúncias reais ou imaginárias, a criar um permanente clima de crise do fim do mundo no país. A meu ver, só Lula perde com isso, arriscando a sua própria imagem aqui dentro e lá fora”.
“Competir” com a velha mídia
Respeito, mas discordo da opinião de Ricardo Kotscho. E espero que Lula não acate as idéias do seu velho amigo. No livro “Do golpe ao Planalto”, o jornalista descreve com maestria as relações intimas que cultivou com o ex-presidente, desde a retomada das greves metalúrgicas no ABC paulista, passando pelas “Caravanas da Cidadania”, até chegar ao posto de secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República no primeiro mandato de Lula.
Na minha modesta opinião, Lula precisa polemizar cada vez mais com a principal força de oposição no país, o partido da mídia. Como ele mesmo disse no congresso da UNE, é preciso “competir” com a velha imprensa, desmascarando as suas mentiras. Do contrário, abusando das técnicas de manipulação, a mídia golpista sabotará a sua “imagem”, que goza de enorme prestígio junto ao povo. Agora, inclusive, ela inventou a tal de “herança maldita de Lula”.
Esforço pedagógico
No congresso da UGT, o ex-presidente anunciou que viajará o país para “debater política”, para mostrar os avanços do seu governo e para denunciar as manobras da direita brasileira. Esse esforço pedagógico, que infelizmente não foi feito a contento nos seus oito anos de governo, é fundamental para o avanço da consciência política dos brasileiros. Ele serve como contraponto às manipulações da ditadura midiática – às sujeiras dos Murdochs nativos.
Esta postura aguerrida é que mete medo nos barões da mídia. Eles temem o Lula “palanqueiro”, com seus discursos que encontram enorme ressonância junto ao povo. Os tais “formadores de opinião” sabem que não estão mais com a bola toda junto à “opinião pública”. O editorial da Folha de ontem, atacando a volta de Lula aos palanques – “que parece reacender sua vocação messiânica e autoritária” –, mostra que ex-presidente acertou no “momento político”.
Governo acuado
As suas polêmicas, ao contrário do que afirma Kotscho, ajudam o governo Dilma, que se encontra acuado diante do bombardeio da mídia. Há 17 dias, a presidenta sangra diante das graves denúncias de corrupção do Ministério dos Transportes. Já a crise desencadeada pelo súbito enriquecimento do ex-ministro Palocci paralisou o governo por 23 dias. A lua-de-mel entre Dilma e a mídia durou pouco; o “namorico”, como ironizou Lula, virou uma guerra fratricida.
Na mídia golpista, agora só há notícias ruins sobre o atual governo. Parece que o Brasil virou um inferno – um país de ladrões, com desemprego e miséria crescentes. A mesma mídia que blinda os demotucanos, que esconde as suas maracutaias, tenta posar de campeã da ética. Como Murdoch, ela tenta ludibriar os ingênuos e atiçar os ânimos. Alguns “calunistas” inclusive já fazem apelos “à indignação” contra o atual governo, clamam por “protestos de rua”.
Diante desta brutal ofensiva, o governo Dilma se mostra sem personalidade. Parece formado por tecnocratas acuados nas salas com ar condicionado do Palácio do Planalto. Não parte para a ofensiva, não apresenta uma agenda política mais afirmativa, pró-ativa. Rende-se às pressões do “deus-mercado” e do “deus-mídia”. Neste cenário preocupante, os discursos num “tom mais elevado” do ex-presidente Lula ajudam a pautar o debate político na sociedade.

Altamiro Borges- Kotscho critica os “ataques de Lula”

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PSDB e FHC. Sempre foram o que são

Publicado em 21/07/2011

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Em fev ereiro de 1989, Fernando Henrique Cardoso era Senador.
Sarney, o presidente.
Os Planos Cruzado I, Cruzado II, Bresser e Verão não tinham conseguido resolver o problema da inflação.
Dois anos antes, o Ministro Funaro tinha decretado a moratória da divida externa, porque o Brasil não tinha um centavo de dólar em caixa.
A campanha presidencial estava nas ruas, e o Dr. Roberto Marinho ainda não sabia se apoiava Mario Covas, Orestes Quércia ou Guilherme Afif Domingues (iluminadamente assessorado por Paulo Guedes, hoje colonista (*) do Globo).
Qualquer um, desde que não fossem o Lula ou o Brizola.
A Veja e a Globo ainda não tinham feito de Collor o Salvador da Pátria, “O caçador de marajás”.
Por aí se vê que a situação era confusa.
Tão confusa que, mais tarde, o Fernando Henrique só não foi Chanceler do Collor porque o Covas não deixou.
Em fevereiro de 1989, este ansioso blogueiro era editor de Economia na Rede Globo e tinha a mania de guardar papel.
E o Senador lhe enviou o programa “Os desafios do Brasil e do PSDB, documento elaborado pela Comissão Diretora Nacional Provisória para discussão nas bases partidárias”.
O bilhete anexo dizia:
“Paulo Henrique,
Receba aí o parto da montanha. Deu trabalho alinhavar. O difícil, como você sabe, não é fazer programas (somos nisso especialistas). O difícil é ter votos … Mas teremos. Um abraço Fernando Henrique”

Cinco anos depois, ele teve os votos e se elegeu Presidente.
O documento tem pontos interessantes.
Defende o parlamentarismo.
Os tucanos e o Cerra principalmente defendem o parlamentarismo sempre que estão FORA do poder.
(O documento não defende o “voto distrital”, um dos pontos cardeais dos tucanos de hoje – clique aqui para ler o que diz Henrique Fontana, relator o projeto de reforma política e defensor do voto proporcional misto.)
O documento joga pesado na “dívida externa” – o PSDB vai pagar a dívida sem inviabilizar o desenvolvimento do país.
E, se preciso for, tomará medidas unilaterais para proteger o país.
Seria uma nova moratória ?
Ou o PSDB jogava para a plateia ?
Não foi o que fez o Presidente Fernando Henrique, que, por três vezes, bateu às portas do FMI.
No capítulo “resgate da dívida social”, não há qualquer menção ou defesa de um programa sequer parecido com Bolsa Escola ou Bolsa Família, sobre os quais os tucanos invocam a paternidade.
Ao contrário.
O documento critíca os “populistas” (clique aqui para ler sobre “populismo” e Jango em “Ferreira revisita Jango e Gaspari leva um tiro no peito”).
Não aceita qualquer tipo de “compensação social”, mas “justiça social”, que “requer discernimento, continuidade, investimentos, progresso técnico e, obviamente, fortes pressões redistributivas”.
Ou seja, trololó.
Ainda na “política de redistribuição de rendas”, o documento avisa que “o sistema tributário será progressivo”.
Não foi.
O Governo do PSDB não aumentou o imposto dos ricos ou diminuiu o dos pobres.
Foi, aí, outra peripécia dirigida à plateia. 
E a privatização.
A privatização sempre foi centro do programa, a sua razão de ser.
“Onde for correto privatizar, o PSDB privatizará.”
“O critério fundamental para essas decisões há de ser a subordinação ao interesse nacional e desse ao interesse popular”.

E, nessa linha de obediente subordinação, ele e o Cerra venderam a Light e seus bueiros com um sorriso nos lábios.
A Vale – está neste vídeo histórico.
A telefonia ao passador de bola, com aquela advertência inesquecível – “se isso der m… “.
Quase venderam o Banco do Brasil e a Caixa (como atesta esse documento do Ministério da Fazenda de seu Governo).
Abriram uma brecha na política de exploração de petróleo e começaram a desmanchar a Petrobras, para transformá-la na Petrobrax.
É o que fariam os tucanos, com a ajuda da Chevron – veja a prova no documento do WikiLeaksque trata da conversa com a Chevron, em plena campanha presidencial – , tivesse o Padim Pade Cerra sido eleito em 2002 ou em 2010.
Amigo navegante, que sorte a da Dilma, hein ?
Pelo jeito, este é o mesmo PSDB que vai para a eleição de 2014.
Com o programa de fevereiro de 1889.
Desculpe, revisor: 1989.


Paulo Henrique Amorim

(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

PSD de Kassab pode gorar?

Por Altamiro Borges
Depois de infernizar os demos, subtraindo do partido vários parlamentares e integrantes de executivos estaduais, o PSD do prefeito Gilberto Kassab também come o pão que o diabo amassou. Para disputar as eleições municipais de 2012, a nova legenda precisa enviar 490,3 mil fichas de adesões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 7 de outubro.
“Guerra jurídica”
Até o início desta semana, somente 238 mil fichas tinham sido registradas pelos cartórios do país – menos da metade da exigência legal. O ex-deputado Saulo Queiroz, um dos chefões da nova sigla, tenta minimizar as dificuldades. Ele garante que até final julho o partido conseguirá atingir o piso mínimo de assinaturas válidas.

Além dos entraves cartoriais, o PSD de Kassab enfrenta outros obstáculos. Os demos ainda não engoliram a “traição” e estão prontos para na entrar na Justiça Eleitoral contra as deserções de parlamentares eleitos pela legenda. O PPS também promete recorrer para impugnar a nova legenda. A “guerra jurídica” promete ser encarniçada.
Suspeitas de fraudes
Nesta guerra não faltam farpas. Na semana passada, o juiz Carlos Zamith, lotado em Manaus (AM), acionou a Polícia Federal para investigar suspeitas de fraude numa lista de adesão ao novo partido. Das 900 apresentadas, 600 estão sob suspeição. Os indícios de fraude foram constatados num simples conferência entre as assinaturas na lista do PSD e no caderno de votação da última eleição.
“Apostaria o meu salário que foi uma pessoa que assinou uma das folhas inteirinha. A firmeza da escrita é a mesma”, afirma o juiz, que ainda aguarda as conclusões da PF. No Paraná e em Santa Catarina, as listas de adesão ao PSD também viraram alvos de inquéritos policiais com suspeitas de fraude.

Altamiro Borges- PSD de Kassab pode gorar-

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Movimentos Sociais repudiam acordo Minicom-teles: banda lenta, cara e sem universalização


publicado em 18 de julho de 2011 às 12:10 na Banda Larga, Notícias
Para o conjunto dos movimentos sociais brasileiros, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) representa a afirmação de uma democratização do acesso à internet, apontando para a universalização dos serviços – com controle de tarifas, meta de qualidade e continuidade de serviços – dentro de uma concepção de desenvolvimento baseado na geração de renda e na inclusão social.
Infelizmente, o “acordo” fechado pelo Ministério das Comunicações com as teles relega inteiramente esta estratégia, afrontando o interesse nacional em prol da sede de lucro fácil dos monopólios privados.
Na prática, as teles ganharam do governo um cheque em branco para faturar alto com uma banda lenta, cara e sem universalização, enquanto continuam praticando preços extorsivos, fortalecendo sua concentração nas faixas e locais de maior poder aquisitivo, com serviços de péssima qualidade.
Além de inaceitáveis, os termos do dito “acordo” do Ministério com as teles afrontam o interesse social e rasgam as diretrizes do próprio Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), dando as costas ao imenso acúmulo possibilitado pela Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que apontava para um maior protagonismo do Estado e para o fortalecimento da Telebrás, como elementos decisivos para a universalização da internet, vista como um direito.
A forma como foi assinado o “termo de compromisso”, sem qualquer participação ou consulta às entidades diretamente envolvidas, é reveladora do seu conteúdo, já que ninguém se disporia a endossar tal leviandade.
Dito isso, vamos aos fatos porque denunciamos e repudiamos tal “acordo”:
1)  NÃO HÁ METAS NEM GARANTIA DE QUALIDADE – O Ministério admitiu que é “compreensível”, por causa da “concorrência”, as teles não divulgarem onde e quando vão implantar a suposta banda larga de 1 Mbps a R$ 35,00. Além disso, não há garantias de qualidade, o que significa uma internet de segunda categoria para a população com menos recursos financeiros. O plano prevê, por exemplo, uma velocidade muito baixa de envio (upload) de 128 kbps. Assim, quem quiser postar vídeos vai demorar horas.
2) VELOCIDADE TARTARUGA – A velocidade de 1 Mbps é somente “nominal”. Hoje, as teles oferecem 1/16 da velocidade que está no contrato com o usuário, abaixo até do ridículo limite da Anatel (10% da “nominal”). É como se o consumidor fosse ao supermercado comprar dez quilos de feijão e levasse para casa apenas um quilo, pagando pelos dez. Mas nem mesmo este limite indecente da Anatel consta do “termo de compromisso” assinado pelo Ministério. Pior, as teles foram autorizadas a reduzir a velocidade se o usuário ultrapassar 300 Mbytes de “download” por mês (o que poderá fazer com que para baixar um vídeo ou uma música se perca horas ou mesmo não possa ser feito) ou 500 Mbytes no caso da Oi, o que condiciona completamente o uso da internet e impede o uso pleno do serviço. Portanto, quem definirá a velocidade – sempre lenta para fomentar a migração do usuário para outros planos mais lucrativos para as teles – será a própria operadora.
3) VENDA CASADA – Embora o Ministério tenha afirmado que o pacote de R$ 35 não estaria condicionado à venda casada, o “termo de compromisso” permite essa prática na banda larga fixa, com teto de 65 reais para o pacote. O pacote de 35 reais sem venda casada só é obrigatório na banda larga móvel.
4) MULTAS VIRAM INVESTIMENTO – As punições às teles por infrações, nem ao menos serão simbólicas: não haverá processo administrativo se o “termo de compromisso” for desrespeitado. As sanções podem ser transformadas em investimentos em áreas economicamente não atrativas. Na prática, as empresas podem trocar o não cumprimento de metas determinadas no termo de compromisso por expansão de sua própria rede. Ou seja, vão embolsar o dinheiro das multas. Mais: se a Anatel disser que houve correção da irregularidade, as multas serão extintas – sem que o dinheiro saia do caixa das teles.
5) ABANDONO DA ÁREA RURAL – Foram retiradas as metas para banda larga do III Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo (PGMU, v. Capítulo IV, artigos 21 a 24, DOU, 30/06/2011). Até na telefonia fixa, o “novo” PGMU dispensou as teles de obrigações na área rural, se não se interessarem em explorar as faixas de 451 Mhz a 458 Mhz ou de 461 Mhz a 468 Mhz (cf. artigo 9º, parágrafo 2º, DOU, 30/06/2011). Note-se que, ao contrário da banda larga, a telefonia fixa está sob regime público. Mas as teles é que decidem.
6) ACORDO PRA INGLÊS VER – O “termo de compromisso” deixa de valer caso as teles aleguem que os seus custos aumentaram.
Sinteticamente, aqui estão os motivos pelos quais os movimentos sociais reivindicam do governo federal que o Estado retome o protagonismo no setor, voltando a investir na Telebrás como instrumento de políticas públicas, e retome o diálogo com as entidades populares, para sanar o erro cometido. Para nós, a luta pela democratização da comunicação e pela universalização da banda larga são indissociáveis, como direitos inalienáveis do povo brasileiro que não podem ser pisoteados em função dos grandes conglomerados privados.
Para transformar estas bandeiras em conquista efetiva da sociedade brasileira, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) convoca desde já o conjunto das entidades populares a se somarem para a construção de uma grande manifestação no dia 15 de agosto. É hora de levantarmos a voz em defesa da democracia e reivindicar do governo que atenda ao clamor da sociedade e não das teles.
Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS): CUT –MST –CMP – UNE – UBES – ABI – CNBB/ PS – Grito dos Excluídos – Marcha Mundial das Mulheres – UBM – CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras – UNEGRO –MTD – Movimento dos Trabalhadores Desempregados – MTST – CONTEE – CNTE – CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores – UNMP – Ação Cidadania – Cebrapaz –ABRAÇO – CGTB – INTERVOZES – CNQ – FUP – SINTAPI –ANPG – CTB – CMB – MNLM
Fonte: Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS)
Movimentos Sociais repudiam acordo Minicom-teles- banda lenta, cara e sem universalização - Barã

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Gabriel Chalita, um político que se autoajuda

Do blog Trágico e Cômico:

Gabriel Chalita é um dos novos pesadelos da política paulistana. E é bom os nativos da terra já irem se acostumando, porque ele será candidato a prefeito pelo PMDB. Se candidatos que misturam política com religião já são baixos e venais por natureza, imagine política, religião e autoajuda tudo junto? Sou capaz até de incentivar Chalita em sua carreira literária — com torturantes 716 livros em 42 anos de vida — só para não vê-lo candidato. Infelizmente, temo que isso já não seja mais possível.

Pior é saber que, se ele perder o mandato de deputado (já que foi eleito pelo PSB), seu substituto seria Marcelinho Carioca. Ou seja, trocaríamos o roto pelo esfarrapado. Miséria absoluta…

Agosto, mês de mobilização

imageClique na miniatura ao lado para fazer o download do boletim.Boletim julho

domingo, 17 de julho de 2011

O beijo do Lula. Ah, se houvesse uma Ley de Medios …

Publicado em 16/07/2011

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Quando era senador (sempre entrou na vaga de alguém; nunca se elegeu diretamente), o Farol de Alexandria frequentava restaurantes de Brasília, como o notório Piantella, com os jornalistas e, especialmente, e de forma singular, com uma repórter da Globo.
Por quinze anos, o PiG (*) escondeu que Fernando Henrique tinha um filho fora do casamento.
(Depois, dois testes sucessivos de DNA, promovidos por um advogado de Daniel Dantas, demonstraram que ele não era o verdadeiro filho.)
Quando primeiro noticiou que ele ia assumir a paternidade, uma colonista (**) da Folha (***) deu a entender que se tratava de um pai amantíssimo, que levou 15 anos para reconhecer o filho.
Um pai generoso.
Um pater famílias.
Quinze anos depois.
Durante oito anos o Nunca Dantes governou com a D. Marisa ao lado.
D. Marisa, sempre discreta, parecia ali, ao lado dele, dizer a todos: ele reconhece como fui importante para ele vencer as barreiras do preconceito e do ódio.
Nesta sexta-feira, Lula beijou uma fã no rosto.
TODOS os jornais do PiG (*) deram destaque.
Desde as edições online, quando, por exemplo, o Estadão disse (e depois recuou) que o beijo era na boca.
Neste sábado, o Estadão publica a foto na primeira página.
O Globo e a Folha (***) nas páginas internas, sempre com destaque.
A intenção é óbvia.
Atingir Lula e seu casamento com D. Marisa.
Flagrá-lo numa “pulada de cerca”.
O beijo não é na boca, mas um beijo desajeitado, acima dos lábios e ao lado do nariz da fã.
Fotos anteriores ao “beijo na boca” do Estadão e a descrição do evento falam que o Lula foi literalmente atacado pelos fãs e teve que sair direto do palanque para o carro.
O beijo se deu numa posição desajeitada, e a foto tirada de um ângulo “falso”.
Se o Ministro Bernardo já tivesse aprovado a Ley de Medios do Franklin Martins – aquela que o Lula passou a cobrar -, o que aconteceria ?
Um “direito de resposta” imediato.
O Lula ou o PT entrava com um direito de resposta para esclarecer a cena.
Já neste domingo, o PiG (*) teria que se retratar ou colocar os pingos nos is.
A foto não compromete o Lula, não atinge seu casamento, é um de 1001 beijos que o Lula dá em fãs ao longo de um dia, e, a rigor, se fosse publicada, não merecia destaque.
A TV estatal – só tem jeito se for estatal – esclarecia a cena, entrevistava a fã, o Lula e falava do processo judicial instaurado contra o PiG (*) , especialmente contra o Estadão.
Na sequência, a tevê estatal exibiria longa reportagem sobre os métodos do Murdoch de fazer jornalismo.
E comparava com os do PiG (*) .
E deixaria clara uma diferença central: o jornal que o Murdoch teve que fechar – o “News of the World”, é um “tab”, um tablóide cheio de detritos de maré baixa.
O PiG (*), não.
Vem cheio de detrito de maré baixa, mas se leva a sério.
Se o Ministro Bernardo não consegue uma Ley de Medios para esclarecer o beijo na fã, imagine divulgar apropriadamente a “agenda positiva“ da Presidenta.
Os senadores do PT foram reclamar da “Comunicação”.
Têm que reclamar das Comunicações.
E reclamar com a fúria que a D. Marisa demonstrará na próxima vez em que encontrar um um jornalista do PiG (*).
Clique aqui para ler “Uma Ley de Medios para o Lula poder falar, extraído do Tijolaço”.
Em tempo: o Nunca Dantes tem razão quando disse que o Globo não sai do Rio e o PiG (*) de São Paulo não sai do ABC. Falta-lhes dinheiro, presidente.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

E aí, vem ou não vem para a luta? Veja o balanço do TCM

-- SINDSEP --

Publicado em segunda-feira, 11 de julho de 2011

O relatório de balanço do Tribunal de Contas do Município de 2010 é para deixar qualquer um indignado. Ainda mais quem é servidor público, como nós. O relatório foi publicado no Diário Oficial da Cidade de 08/07/2011 a partir da pagina 79. A partir do item 7, página 81, podemos ver, os dados estão lá e aqui fazemos uma pequena análise. O número de servidores em 31/12/10 era de 141,8 mil servidores ativos, 53,2 mil inativos e 2 mil pensionistas, totalizando portanto 195 mil servidores/pensionistas. Houve assim um crescimento de 9% nos cinco últimos exercícios. Os gasto com pessoal atingiu 29% da Receita Total Consolidada, menor que em 2009 quando foi de 32%. Houve um aumento linear das despesas, mas essa relação foi reduzida tendo em visto o aumento da receita. Lembrando que a Lei n° 13.303/02 (a lei do arrocho salarial que queremos mudar), prevê que os vencimentos dos servidores municipais deverão ser reajustados quadrimestralmente (nos meses de março, julho e novembro), com base no IPC-FIPE, desde que a média das despesas com pessoal e encargos seja inferior a 40% da média das receitas correntes no quadrimestre de apuração. Segundo o TCM, “os demonstrativos evidenciaram que não eram devidos reajustes nos meses de março, julho e novembro. A documentação de suporte e respectivos cálculos estavam adequados e de acordo com os dispositivos legais vigentes.”, no entanto continua o relatório “o Executivo Municipal não publicou os demonstrativos da Relação Despesa/Receita relativos a 2010, infringindo o disposto no § 3º do artigo 2º da Lei nº 13.303/02”. Ou seja, não publicaram, mas mandaram para o TCM analisar. E ainda que “todos os encaminhamentos mensais dos valores referentes ao período Nov/09 a Out/10 ocorreram com atraso, infringindo o referido dispositivo legal”. Se olharmos então, o histórico das revisões gerais anuais e dos reajustes quadrimestrais, a indignação só vai aumentando. Nos últimos seis anos tivemos 2,15% de reajuste, muito inferior à inflação do período medida pelo índice IPC-FIPE que foi de 30,96%. Com base na revisão anual (prevista no artigo 37 da constituição) acumulada dos vencimentos nos últimos seis exercícios foi de apenas 0,33%, abaixo segue ano por ano, desde o exercício de 2005 foram: - 2005 - 0,10% - 2006 - 0,10% - 2007 - 0,10% - 2008 - 0,01% - 2009 - 0,01% - 2010 - 0,01% Os reajustes anuais referentes aos exercícios de 2009 e 2010 foram concedidos pela Lei Municipal nº 15.364/11, retroativamente, só para lembrar é o famigerado reajuste de 0,01%. Quanto aos reajustes quadrimestrais, somente em dois dos dezoito últimos quadrimestres houve concessão de reajustes que foram: - 1,17% em novembro de 2005, e 0,97% em novembro de 2006. Portanto, tivemos um reajuste acumulado de 2,15%, enquanto a inflação foi de 30,96% de acordo com o índice IPC-FIPE do período. Ainda se destaca que com a inclusão do montante pago a título de auxílio-refeição e auxílio-transporte no cálculo do art. 2º da Lei Municipal nº 14.658/07, não houve concessão de reajustes quadrimestrais. Mas em 2008 o próprio TCM já dizia que isso era ilegal que não poderia ser feito, mas mais uma vez ocorreu Sobre a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), diz o TCM “a despesa com pessoal da Prefeitura ficou dentro dos limites definidos nos artigos 18 a 20 da Lei Complementar nº 101/00, representando 32,49% da Receita Corrente Líquida”. Cabe lembrar que a lei de responsabilidade fiscal diz que se pode gastar até 54% com executivo, mais 6% com legislativo, totalizando 60%, mas a prefeitura gasta somente 32,49% e não está disposta a aumentar isso, a diferença para onde vai? Se não vem para os nossos salários, vai para algum lugar, ou seja para o orçamento geral, e o prefeito gasta onde quizer e com certeza a LRF não pune o prefeito. Diante disso podemos pensar, o TCM vai condenar a prefeitura, mas não, o parecer final é pela aprovação das contas do executivo. O nosso movimento em maio, junho, fez com que o governo mantivesse a negociação até meados de agosto para responder a pauta de reivindicações do Sindsep, se olharmos para esse balanço do TCM, podemos ter certeza: DINHEIRO TEM PARA NOS DAR UM REAJUSTE DIGNO! Vamos dar as “boas vindas” aos vereadores dia 2 de agosto as 14 horas e mostrar para eles esses números.

MP prefere investigar adversários de Alckmin

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Conforme aponta o blog Transparência SP, o Ministério Público paulista tem uma dileção por focar o combate à corrupção em prefeituras e regiões de predominância petista, enquanto apurações no governo tucano se arrastam. Os fatos apontam para a estratégia de Alckmin, pensando nas eleições d e2014.

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Transparência SP: A seletividade do Ministério Público paulista

do Transparência SP

Alckmin sabe que por pouco não teve de disputar o segundo turno nas eleições estaduais em 2010. O quadro sucessório estadual que se abre para 2014 não lhe é nada favorável, visto que outros dois nomes podem dividir os seus votos – Kassab (PSD) e Skaf (PMDB)-, além da candidatura do PT.

Neste cenário, o segundo turno seria inevitável, gerando preocupações no Palácio dos Bandeirantes. Alckmin sabe que é necessário impor derrotas ao PT e seus aliados em 2012 no Estado de SP, preparando-se para a dura disputa em 2014.

Por isso, as apurações de fraudes do MPE-SP, focando apenas em cidades e regiões onde o PT e seus aliados têm potencial de crescimento, soam como parte desta estratégia política de enfrentamento. Principalmente quando observamos que as apurações envolvendo o governo estadual apenas se arrastam.

A ”Máfia da Merenda”, por exemplo, apresenta um esquema de pagamento de propinas em diversas prefeituras paulistas, tendo seu ápice nas gestões Serra e Kassab da prefeitura de São Paulo. Januário Montone - ex-secretário de Gestão do Serra e atual secretário de Saúde de Kassab - é um dos supostos administradores públicos que receberam propinas. Outro articulador deste esquema é Paulo César Ribeiro, irmão da primeira-dama Lu Alckmin e cunhado do governador Geraldo Alckmin.

Num passe de mágica, as notícias sobre ambos “sumiram” da mídia. Simultaneamente, as apurações do MPE-SP envolvendo a atuação desta máfia recaiu fortemente sobre a administração anterior da cidade de Jandira e a atual administração da cidade de Jales, ambas governadas pelo PT. Tais ações do MPE ganharam destaque pelas mídias locais, com posterior repercussão nos grandes jornais e emissoras de TV.

Situação semelhante ocorre com as apurações pelo MPE-SP da “Máfia das Licitações”, envolvendo suspeitas de fraudes em contratos feitos por algumas prefeituras - entre as quais Campinas, por intermédio da empresa municipal Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A) – e órgãos e empresas do governo do Estado de SP.

Entre as diversas empresas investigadas pelo MPE estão as do Grupo Cepera, dos Conglomerados Camargo Corrêa e Saeng e a empresa Hydrax.

O Grupo Cepera, investigado em Campinas, tem contratos com a Sanasa de aproximadamente R$ 70 milhões. Este mesmo grupo, porém, manteve contratos de R$ 500 milhões com órgãos e empresas do governo do Estado de São Paulo, tais como a Sabesp, a Companhia Paulista de Obras e Serviços/CPOS, o Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo, a Secretaria Estadual de Saúde, a Imprensa Oficial e o Prodesp.

Se os indícios de corrupção são generalizados, como consta de nota emitida pelo próprio MPE, por que o foco está direcionado apenas para Campinas, e ainda por cima restritos ao Grupo Cepera?

Este blog defende que o combate sem tréguas à corrupção, um dos papéis inerentes à ação do Ministério Público de SP (MPE-SP), deve ser a regra de sua atuação, doa a quem doer, independente de partidos políticos, em todos os níveis da administração pública. Transparência SP- A seletividade do Ministério Público paulista - Viomundo - O que você não vê n

O padrão Dilma de combater a corrupção: rua !

Publicado em 17/07/2011

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O Globo e a Folha (*) anunciam que a Presidenta mandou mais meia dúzia embora do DNIT e vai ela própria preencher os cargos.
Ou seja, bye-bye Valdemar da Costa Neto.
O Valdemar, provavelmente, passará a fazer parte daqueles que peregrinam ao Palácio do Jaburu, para discutir o futuro do Brasil e do mundo com o (vice) presidente Michel Temer e o nobre deputado Eduardo Cunha.
O padrão Farol de Alexandria para enfrentar denúncias de corrupção era encaminhá-las ao brindeiro Procurador Geral (que, como se percebe, fez escola).
O padrão Lula era deixar estar para ver como é que fica.
Até que, vencido pelo PiG (**) e as evidências, mandava o infeliz embora.
Com a Dilma, parece que o padrão mudou.
Saiu a denúncia de manhã na imprensa, o freguês vai embora para casa à tarde.
Mesmo que o Gilberto Carvalho resista, como tentou fazer com o Pagot.
Como me disse o Mino, num jantar, a Dilma já se deu conta das arapucas.
Daqui a pouco ela chega ao Ricardo Teixeira – com quem não despacha.
Chega ao Teixeira,  com ou sem a ajuda do Ministro dos Esportes – clique aqui para ler o que disse o Mino sobre o Ricardo Teixeira e o Ministro Orlando Silva – até quando ?
O Governo já tem a fórmula para tirar o Teixeira da Copa ?, pergunta-se o Mino.
A Alemanha nomeou o Beckenbauer e a França, o Platini, para o papel de presidente do comitê organizador.
Este ansioso blogueiro sugere o Wilson Piazza.
E o Mino prontamente concorda: ele deve ter pelo menos um avô italiano: Piazza !
E, pelo que se vê no Ministério dos Transportes, um dia a Presidenta chega à Copa.
Atribui-se à Presidenta a frase todo dia você abre os jornais e vê uma crise num ministério.
O que mudou do Lula para ela ?
É que o carisma do Lula parecia abafar, congelar algumas crises dentro da caixa de isopor que ele instalou no centro da Base Aliada.
Saiu o Lula, a caixa de isopor perdeu a eficácia.
A Base Aliada mostrou-se o que é.
Uma central de chantagem.
Chantagem multiplicada, a cada crise, pelo golpismo do PiG (**).
Aumentou a corrupção ?, perguntei ao Mino.
Resposta dele:
Não se esqueça que os tucanos não realizavam obras.
(Diz esse ansioso blogueiro, não se tem notícia de uma única obra com tijolo e cimento que se possa atribuir ao sombrio Governo do Farol de Alexandria.)
Volta o Mino: e os tucanos trabalhavam em Grandes Golpes.
No atacado, como a privatização.
Nada que se compare.
Em tempo: o (vice) Presidente agora tem assento cativo no Estadão. Na pág. A6, o (vice) Presidente nos oferece esta pérola: o Brasil passou incólume pela crise européia. Trata-se de um jenio. A crise mal começou, e o (vice) Presidente enuncia um de seus habituais truísmos. A última dele foi dizer que a Dilma tinha que esperar o Pagot voltar de férias. O PiG (**) resolveu incensar o (vice) e pôr lenha na fogueira ? Ou o (vice), de fato, pensa que é ?  

Paulo Henrique Amorim

Amigo de quem ?

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.