sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A baixaria desce a Serra!

Ficha falsa publicada pela Folha dizia “Terrorista/Assaltante de Banco”
Pensei inicialmente em tratar o título acima como uma interrogação. Mas as diversas notícias que já li hoje, não me deixaram dúvidas quanto ao que exclamei. Vai ter baixaria mesmo, montada pela equipe de trucagens de José Serra, e pelo próprio candidato, assim como fez em 2010 contra Dilma. Virei madrugadas desfazendo mentiras e terrorismos eleitorais, naquele ano em que iniciei a atividade paralela de blogueiro e que ingressei na luta pela democratização dos meios de comunicação (oligarquizados por Globo, Veja, Folha e Estadão). Em 2010, para eleger Serra, a Folha publicou uma ficha falsa de Dilma para criar a imagem de terrorista. As redes sociais desmontaram a farsa e a foto de Dilma tirada pelo DOPS se transforme em ícone para a militância.
imageSegurança de Serra acertou bolinha de papel. Serra acusou os petistas.
A Globo tentou vender um ataque petista a Serra, mas foi desmascarada pela Internet que provou que era uma bolinha de papel, e pior, jogada pelo próprio segurança do candidato.
A Veja lançou capas e capas aos sábados contra o governo Lula e o ministério de Dilma para dar o que falar no Jornal Nacional e nas edições de segunda a sexta de Folha e Estadão. Algumas capas da revista, como descobriu a polícia federal, eram encomendadas pelo Cachoeira.
Além da máfia midiática, Serra se usou do que há de mais conservador, moralista, fascista e reacionário nos espaços religiosos. Dos porões de igrejas, com padres ressurgidos da Santa Inquisição, saíram panfletos condenando Dilma que se Presidente faria a liberação do aborto. Como se a discussão, caso acontecesse mesmo, não passasse por um debate nacional. A própria mulher de Serra saiu às ruas para dizer aos eleitores que “Dilma iria matar criancinhas!”. A palhaçada só acabou quando uma ex-aluna de Mônica Serra revelou que a hipócrita professora universitária confidenciara aos alunos o aborto que fizera no Chile. Lá pode?
Folha publica a história do aborto de Monica Serra dias após a divulgação na internet. Na época Serra distribuía santinhos com a sua cara e assinatura em baixo dos dizeres “Jesus é a verdade e a justiça.”
A mesma linha de perseguição moral e religiosa foi lançada contra os homossexuais com as relações entre Serra e algumas igrejas evangélicas. Serra disseminou ódio e, naquele ano, aumentaram os casos de ataque a homossexuais, especialmente na cidade de São
Ataques homofóbicos na Paulista. A campanha eleitoral de 2010 promoveu intolerância
Paulo. A onda de e-mails com ódio religioso, puxou votos de Dilma para Marina, permitindo um segundo turno e chance para Serra.
A coligação de Dilma reagiu tarde, mas reagiu no início do 2º turno. Cadê o Paulo Preto? Dilma jogou no colo de Serra, durante o primeiro debate, o nome do correligionário e amigo do adversário, ligado ao escândalo da DERSA  ocorrido na administração serrista no Estado de São Paulo. Para não responder, Serra fingiu que não o conhecia, para no dia seguinte explicar que não o identificou pelo apelido de Paulo Preto. Foi chumbo contra chumbo.
Serra atrás de Paulo Preto, de quem se esqueceu no debate
Dilma ganhou, mas ficou o ódio puxado por Serra e pelo conservadorismo dos seus aliados que repelem mudanças como a da ascensão das classes D e E para a classe C. Após as eleições, o rastro de Serra estava espalhado pela internet com ataques morais e preconceituosos a nordestinos.
Confesso que tive medo de ver o Brasil dividido, não somente pelas condições entre os que não querem perder privilégios e os que não têm direitos, mas pelo sentimento de ódio. Hoje com aprovação pessoal beirando os 80% e rejeição de apenas 7% ao seu governo, o medo só fica por conta novamente do clima eleitoral já que Serra é candidato. Isso porque o medo é outro sentimento que Serra gosta muito de apresentar às pessoas no lugar de propostas, já que se ele tivesse alguma, a teria implementado após ter passado por tantos cargos, ainda que não tenha permanecido em nenhum deles até o final.
 
imageA Polícia Federal apreendeu dinheiro da empresa de Roseana e do marido, e publicou as fotos em toda a grande imprensa. Do 2º lugar nas pesquisas, sua candidatura desabou. A operação Lunus aconteceu quando o amigo de Serra, Delegado Marcelo Itagiba (acusado de comandar milícias nos morros do Rio e suposta inspiração do “Tropa de Elite 2”) estava na PF para moer adversários de Serra. O caso foi arquivada um ano depois pelo STF, por falta de provas.
imageRegina Duarte tinha medo de que Lula acabasse com tudo o que FHC tinha feito. A esperança venceu o medo e virou realidade.
Seu estilo não deve mudar. Deve ser o mesmo estilo que adota desde 2002, quando usou a Polícia Federal para acabar com a candidatura de Roseana Sarney  que estava em segundo lugar nas pesquisas, à frente de Serra, e quando Regina Duarte tentou vender o seu medo de Lula. A Folha e Veja devem publicar matérias contra Haddad que poderiam ter sido publicadas há um ano, mas que ficaram guardadas ou serão requentadas somente agora para não dar tempo para que sejam esclarecidas. A Globo vai continuar explorando a vaidade dos ministros do STF. Do Estadão não sabemos se haverá novo editorial em apoio a José Serra ou se será velado. As igrejas vão imprimir textos apócrifos para convencer fiéis e desavisados que Haddad não é um “homem de Deus”.
Livro apresenta documentos para contar como as privatizações de FHC geraram o maior processo de lavagem de dinheiro da história do país, protagonizado por sócios, amigos e parentes de Serra. O livro foi um dos mais vendidos e concorre ao Prêmio Jabuti, mas a grande mídia o esconde.
Vai ser assim nossa luta nas próximas duas semanas. Faço esse texto como uma espécie de vacina e alerta contra o que vem por aí. Além de debater propostas para uma cidade melhor do que esta, deixada por Serra e Kassab, vamos ter que ir da defesa para o ataque em vários momentos. Relembrar do Paulo Preto, da Privataria Tucana. Do dinheiro das privatizações das telecomunicações que foi lavado por obra e em favorecimento de amigos e parentes de José Serra. Do mensalão tucano que originou o segundo e que está na gaveta do STF e fora da pauta da grande mídia desde 1998. Enquanto não democratizarmos as comunicações de forma a diminuir o poder e o oligopólio dessas famílias que por décadas manipulam a informação, e garantir pelo controle social o direito de resposta das múltiplas forças políticas que compõem nossa sociedade, a batalha ficará por nossa conta, militância presente, seja nas redes sociais, seja nas ruas.

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